Bruno Abreu é o capitão da equipa de Sub-17 e deu-se a conhecer em entrevista
Tem 16 anos e metade deste período foi cumprido de rei ao peito. Natural de Famalicão, já adotou a cidade vimaranense como sua e é, também por isso, que procura exercer a função de capitão com a máxima entrega e dedicação.
Num Vitória de Causas, Bruno Abreu é exemplo de generosidade e preocupação pelos outros. Para o médio, só assim faz sentido estar no futebol. E na vida. “Desde que aqui cheguei fui visto como um jogador responsável dentro e fora de campo. Assumi, desde cedo, posições de liderança nos grupos de trabalho e sou, desde há dois anos, capitão. A braçadeira traz-me maior responsabilidade mas é uma responsabilidade boa, que gosto de ter. Gosto de lidar com os meus companheiros e perceber se está tudo bem com eles, de intervir se for necessário, de ajudar com alguma questão, relacionada com o futebol ou não. Ou seja, sou aquela pessoa que gosta de ter o trabalho de ver como é que os meus colegas estão, nos treinos, em casa e na escola”, disse.
Ao sentido de responsabilidade, característica que os outros reconhecem, acrescentamos a inteligência e capacidade de discurso. Comprovados e atestados em entrevista mas também pela forma como atua dentro de campo: “Penso que sou um jogador inteligente, que consegue conjugar bem a necessidade de manter a equipa coesa e tomar decisões. Nós, médios, somos muitas vezes o elo entre os homens da frente e os de trás e temos de saber pensar rápido e distribuir o jogo”.
Fã confesso de Pedri, do Barcelona, é a Premier League que o fascina. Tem, por isso, o sonho de lá chegar pela “competitividade e incerteza nos resultados” que marca aquela competição. E se no futebol é para lá que olha nas outras áreas são os números que o encantam. A frequentar o 11º ano no curso de Economia, Bruno Abreu é “bom aluno”. Quisemos aprofundar o tema e percebemos que o jogador até foi modesto na auto-avaliação. “Sou um aluno com notas de 16 e 17. Apesar do pouco tempo que temos para estudar, preocupo-me em ser bom aluno e ter bases para seguir um plano B. Se calhar por influência da minha irmã, que se formou em Economia e está a tirar o Mestrado em Gestão, optei por envergar nesta área e estou a gostar muito de lidar com números”, explicou.
Números diferentes, mas igualmente entusiasmantes, têm sido os recentes resultados dos Sub-17. E nem o empate caseiro com o Paços de Ferreira apaga o percurso de oito triunfos consecutivos. Vitórias que fazem com que o grupo “lide com um empate como se tivesse perdido”. Quem o admite é o próprio jogador: “Está a ser uma época positiva mas que não começou bem. Tivemos alguns obstáculos, que não estávamos à espera, mas que acabaram por ser positivos para o nosso percurso. Tivemos de unir o grupo e perceber como devíamos reagir. Depois seguiram-se oito vitórias e agora parece até que perdemos o último jogo mas a verdade é que foi um empate que soube a derrota. Estávamos a trabalhar muito bem, temos muita ambição e aquele empate não caiu bem. Podíamos ter feito mais mas agora é aproveitar estas duas semanas para trabalhar bem para o dérbi”.
“Depositam muitas expetativas em nós”
A ocupar um lugar no pódio, a formação de Gil Lameiras tem enchido o olho aos adeptos que se deslocam à Academia. Além dos resultados, dos 40 golos já marcados, há muitas individualidades que se destacam. O ano de 2007 foi, por isso, fértil em talento, que está agora a ser aproveitado pelo emblema vitoriano. Bruno Abreu admite que a sua geração tem “realmente muita qualidade” e reconhece que as expetativas também são maiores. “As pessoas estão à espera que façamos coisas boas, pois depositam muita esperança em nós. Isso é ótimo porque nos torna mais exigentes com o nosso trabalho. Temos de fazer cada vez mais para não desiludir as pessoas. Há quem diga que somos uma geração de ouro então temos mesmo de dar o melhor de nós para justificar o rótulo”, concluiu.