Central argentino do voleibol vitoriano abordou o promissor início de época, das suas características e acredita que a equipa pode ficar nos primeiros lugares do campeonato
Chegou a Portugal e ao Vitória SC no início da presente temporada e tem sido um jogador fulcral para o treinador Nuno Pereira. Joaquín Layus, central argentino de 29 anos, tem sido preponderante na equipa masculina do voleibol vitoriano e tem contagiado todos os seus colegas com a sua energia e felicidade, duas características que levam a sua mãe a considerá-lo a “alma da família”.
Há dois anos fora do seu país, sente saudades de casa, mas está mais focado em ser feliz a jogar voleibol. Contente com a atual equipa do Vitória SC, traçou ambiciosos objetivos e está “muito convencido” que, pelo menos, vai jogar uma final esta temporada, relembrando que “somos o Vitória, e não apenas o Joaquín Layus”.
Acolhimento: “Sinto-me muito cómodo e acolhido como em casa, porque o ambiente da cidade e de Portugal é muito parecido à Argentina. Sinto-me em casa. A cidade é muito linda e tranquila, há bastante cultura é uma cidade jovem. Estamos focados no desporto, mas nos momentos em que estamos livres podemos fazer algo como disfrutar e passear”.
Campeonato português: “O nível de voleibol é muito bom. Há equipas muito boas e outras que estão a um nível maior do que o que nós estamos, mas não são impossíveis de vencer. Dá-nos mais energia saber que há equipas melhores do que nós, é um desafio. Também é um desafio defrontar equipas que não estão ao nosso nível porque temos de mantermos o nosso nível de jogo”.
Saudades das suas raízes: “Levo dois anos fora do meu país. É estranho, mas por outro lado não dou espaço para saudades, para não afetar o meu foco. São sempre novas experiências, mas estou mais focado no que tenho de fazer. Há momentos em que tenho saudades da minha família, amigos, ambiente e cidade. Na Argentina, se queria fazer algo, em cinco minutos chamava um amigo e ia a uma praça ou a uma praia, tenho saudades disso. Este ano está a ser diferente da época passada quanto ao que posso disfrutar, mas tenho saudades da minha família e amigos”.
Início promissor: “Tivemos os primeiros jogos contra equipas que não estiveram ao nosso nível e isso serviu para trabalharmos o nosso tipo de jogo e ver que falhas e virtudes tínhamos. Serviu, também, para nos irmos conhecendo dentro do campo. Treinamos todos os dias, mas os jogos são sempre diferentes pela energia e pela forma como cada um reage às bolas. A equipa está a trabalhar bem, mas temos sempre coisas para corrigir e melhorar. Temos uma equipa bastante sólida e forte. Temos de estar sempre a 100% para obter o melhor resultado possível”.
Atual terceiro lugar: “A classificação que temos neste momento é muito boa, ajuda-nos a aliviar a pressão que por vezes podemos ter, não podemos relaxar nos jogos que faltam, vamos sempre à procura da vitória e preparar os jogos da melhor maneira”.
Exibições: “O meu rendimento foi crescente, assim como o da equipa. Foco-me em cada partida. O meu rendimento está a ser bastante efetivo. Há sempre momentos em que não conseguimos estar a 100%, mas essas coisas passam. Eu trato de trabalhar e melhorar a cada dia para estar no meu melhor e ser o melhor para a equipa e para o clube enquanto voleibolista e pessoa. As pessoas que já viram as nossas partidas já perceberam que sou um jogador mais de bloqueios e sabem da energia que posso transmitir aos meus colegas. Tento sempre levantar a equipa da melhor maneira para termos um nível de energia alto para disputarmos cada bola”.
Alcançar os lugares cimeiros: “Acho que temos a possibilidade de chegar à última instância do campeonato, temos de trabalhar porque não é algo fácil. Nada é fácil. Temos um bom nível de voleibol e uma boa equipa coletiva e individualmente. Se fizermos o nosso trabalho, resolvendo as falhas que temos, acredito que podemos lutar pelos primeiros lugares”.
Conquistar um título pelo Vitória: “Todos os jogadores gostariam de ganhar um troféu. Para mim, ganhar um troféu seria muito bom, é o motor de qualquer desporto. Estou muito convencido que, pelo menos, vamos jogar uma final”.
Alegria como característica: “A minha mãe sempre me disse que sou a alma da família. Dou sempre uma cota de energia, felicidade e diversão no lugar onde estiver. Visto a camisola no momento em que começo a jogar por um clube e sinto-me identificado com o clube desde o início. Se vou jogar uma época por uma equipa, tenho de começar a contagiar toda a gente com essa felicidade e energia que tenho. É uma característica minha. É raro verem-me desiludido, cansado ou sem vontade. São mais os dias que estou feliz do que ao contrário. Estou sempre a procurar o lado positivo das coisas”.
Adeptos vitorianos: “O dia em que senti o pavilhão mais cheio foi contra o Leixões SC, uma grande alegria, perdemos o jogo, mas ficamos com um sabor amargo porque tivemos tudo para o ganhar. Os vitorianos viram que demos tudo e apoiaram-nos. Não perdemos por perder, perdemos por falta de sorte. O estilo europeu é diferente do estilo sul-americano, e os adeptos aqui são diferentes dos argentinos, mas eu gosto, sentimos o apoio dos adeptos. Vamos dar o maior e melhor show possível e, da minha parte, vão ver sempre muita energia. Sou um jogador mais de bloqueios e vou dar tudo tanto pelos bloqueios que dão pontos como pelos que nos ajudam a defender. Penso sempre na equipa, independentemente se eu jogo bem ou mal, se a equipa ganhar eu sou feliz. Posso estar em campo, no banco ou na bancada, o que me importa é que o Vitória ganhe para conseguirmos ser campeões. Somos o Vitória, e não apenas o Joaquín Layus”.