Frustrado por perder dois pontos nos últimos minutos do encontro com o Boavista, o timoneiro vitoriano frisou que é importante “crescer com todas as experiências”
Para Álvaro Pacheco, o empate concedido frente ao Boavista quando o cronómetro já apontava para os 90 minutos de jogo foi “uma oportunidade desperdiçada” de conquistar mais três pontos. Depois de três triunfos consecutivos, os Conquistadores procuraram o quarto – para, assim, igualar a melhor série da época – no Estádio do Bessa Séc. XXI, mas um penálti assinalado ao cair do pano ditou o empate. Frustrado e triste pelos dois pontos perdidos, quando já pareciam garantidos, o treinador vitoriano frisou que é importante que o grupo e os jogadores possam crescer “com todas as experiências” que tiverem.
Depois de um jogo que não foi “bonito”, Álvaro Pacheco aponta ao próximo. O Vitória SC regressa a casa já no próximo sábado, dia 23 de dezembro, para receber o Rio Ave FC. Se ganhar já é uma obrigação para os Conquistadores, independentemente das circunstâncias, o empate desta jornada torna ainda mais relevante ir “buscar os três pontos” ao próximo encontro.
Análise ao jogo: “Nós fomos superiores. Não foi um jogo bonito, mas foi um jogo em que fomos capazes de estar sempre por cima e a controlar o jogo. Entramos bem na primeira parte, entrámos fortes, fomos capazes de marcar um golo. Podíamos ter feito o segundo e isso podia trazer-nos mais conforto para controlarmos o jogo. Fizemos uma segunda parte mais equilibrada. Numa primeira fase controlamos o jogo com bola e sem bola. Depois, na parte final, faltou-nos capacidade com bola. O Boavista acabou por ser feliz num penálti e empatou. Estamos tristes porque perdemos aqui dois pontos. Merecíamos ter conquistado três pontos, mas não conseguimos três, fizemos mais um. Agora temos de ir buscar três pontos ao próximo jogo”.
Diferenças das duas metades do encontro: “Acho que fizemos uma primeira parte muito boa, fomos capazes de controlar o jogo de forma competente e impedimos o Boavista de explorar os seus pontos fortes, nomeadamente o jogo exterior, os cruzamentos. É uma equipa muito vertical e forte nestes momentos. Fomos capazes de controlar o jogo e criar oportunidades. Fizemos um golo de bola parada, podíamos ter feito mais. Lembro-me de algumas situações de falta de definição e também de outro lance de bola parada. Sabíamos que o Boavista ia reagir na segunda parte, sabíamos que tínhamos de manter os nossos níveis de concentração e de foco e principalmente a serenidade porque sabemos que jogar aqui, jogar neste estádio e jogar com esta envolvência é difícil. Há emotividade no jogo. Nós tínhamos de estar serenos para controlar o jogo”.
O que faltou: “O que faltou, principalmente, foi controlarmos mais tempo do jogo com bola. Penso que, na parte final, faltou estarmos mais tranquilos para controlar o jogo com bola. Faltou-nos isso. Estávamos a controlar sem bola. Penso que mesmo na segunda parte o Boavista só tem duas oportunidades, que é um contra-ataque em que o Varela faz uma excelente defesa e o lance do penálti. E mesmo o lance do penálti estava controlado. Faltou-nos essa serenidade na parte final para estarmos mais tranquilos a controlarmos o jogo. Estamos frustrados por perdermos aqui dois pontos. Penso que podíamos sair daqui com três pontos merecidos. Mas o futebol é mesmo assim. É preciso crescermos e estarmos mais fortes já no próximo jogo. Vamos jogar no nosso estádio e é importante criar uma envolvência para acabarmos o ano com uma vitória”
Saída de Tiago Silva: “Eu penso que a lesão [de Tiago Silva] não é nada de grave, pelas primeiras indicações do departamento médico, mas amanhã vamos avaliar e vamos fazer os testes todos e já teremos uma resposta mais assertiva. Com a saída do Tiago faltou-nos algum discernimento que estávamos a ter até então. Mas o Dani acabou por entrar bem. Conseguimos controlar o jogo interior com o seu posicionamento porque o Seba estava muito bem a atrair a marcação dos nossos médios para depois meterem a bola e foram capazes de controlar sem bola. Faltou-nos um jogo posicional mais atrevido e mais agressivo para sermos capazes de ter mais tempo com a bola. Mas o futebol é mesmo assim. Deixamos de ter tanta bola, mas também por mérito do adversário. Penso que tínhamos o jogo controlado, merecíamos conquistar os três pontos. Estamos tristes, mas agora é seguir em frente”.
Alterações no onze inicial: “O Vitória tem uma identidade e uma forma de ser e estar. Falando dos dois jogadores que entraram para o onze inicial, entraram bem e entraram focados, a fazer as coisas acontecer. Enquanto treinador, estou muito contente com o plantel que eu tenho e com os jogadores que eu tenho e com o caráter deles”.
O processo: “Foi uma oportunidade desperdiçada de conquistarmos mais três pontos. Nós olhamos para o campeonato jogo a jogo e principalmente com uma vontade muito grande de conquistar todos os pontos e acho que a forma como nós entramos aqui demonstrou que queríamos conquistar os três pontos. Merecíamos conquistar os três pontos e estivemos perto de o fazer. Foi pena não termos conseguido manter a serenidade e a tranquilidade num lance completamente controlado no final do jogo. Faz parte do processo”.
Crescer com as experiências: “A vida é mesmo assim. Temos de crescer com todas as experiências que tivermos. No fim de um jogo como este, em que ficamos com a sensação de que podíamos ter conquistado os três pontos, temos de levantar a cabeça e continuar focados no nosso trabalho. Segue-se o último jogo no ano e é em nossa casa. Não tenho dúvidas de que os nossos adeptos vão encher as bancadas e nós vamos procurar conquistar os últimos três pontos do ano”.