O antigo jogador é protagonista do oitavo episódio do DEZANOVE22 e partilhou histórias do tempo em que representou o clube vitoriano
Quando precisa de se apresentar, Paulo Roberto Bacinello apresenta-se como Paulinho Cascavel. No entanto, quando está de visita a Guimarães, como acontece por estes dias, a formalidade costuma ser dispensada. Quem não o reconhece nos primeiros segundos, só precisa de prestar atenção ao corte de cabelo e ao bigode, tão distintos como quando chegou à cidade vimaranense para representar o Vitória Sport Clube há 38 anos, para o reconhecer. O antigo jogador, agora com 64 anos, esteve à conversa com Luís Vieira no podcast DEZANOVE22 para partilhar histórias de tempos idos e não se negou a demonstrar o carinho que tem pelo clube e pela cidade.
Na primeira época ao serviço do Vitória SC, em 1985/86, marcou 31 golos e ajudou a equipa a alcançar o 4.º lugar na tabela classificativa para, consequentemente, viver uma temporada inesquecível que passou pelos palcos europeus e que culminou com a chegada aos quartos de final da então Taça UEFA. Paulinho Cascavel marcou 29 golos e foi precisamente em 1986/1987, a segunda ao serviço dos vitorianos, que se destacou como o melhor marcador do campeonato português. “Aquela época foi memorável para o clube, para a cidade e para nós, jogadores”, recorda o antigo ponta de lança.
Hoje vive no Brasil, mas faz questão de regressar a Guimarães sempre que pode até porque o filho nasceu na cidade vimaranense e a filha se chama… Vitória. Sente-se sempre acarinhado quando regressa a Portugal, mas é pela cidade de Guimarães que guarda um carinho especial. “Sou muito acarinhado no país todo, as pessoas lembram-se de mim, mas aqui a ligação é muito forte e fazemos questão de vir cá”, diz. É uma relação mútua de carinho e Paulinho Cascavel reconhece a generosidade dos vimaranenses de cada vez que, por exemplo, entra num restaurante e não o deixam pagar. É um privilégio reservado a lendas.
No Brasil, tenta acompanhar o Vitória SC sempre que pode, mas nem sempre consegue ver os encontros em direto. Apesar de não estar ligado ao futebol, gosta de acompanhar alguns jogadores, em especial Harry Kane e Lewandovski, com quem discutiria, acredita, por “uma oportunidade”. Poucos dias depois de chegar a Portugal, Paulinho Cascavel esteve a acompanhar um treino da equipa principal vitoriana desde o relvado da Academia. Naquela manhã encontrou-se com Álvaro Pacheco e falou aos jogadores sobre os seus dias ao serviço do emblema do Rei. E não se inibe de elogiar o plantel: “Foi um início muito interessante, muito parecido com o que fizemos naquela época. Eu desejo muita sorte e torço pelo Vitória”.