A saborear o empate resgatado na ponta final do dérbi minhoto, o treinador Álvaro Pacheco sublinhou que o Vitória SC acabou claramente por cima do Braga, fazendo por merecer o golaço de João Mendes
O carrossel de emoções que marcou o dérbi minhoto terminou com um golpe de magia e de justiça para Álvaro Pacheco. Depois de uma primeira parte de algum descontrolo, com ligeiro ascendente do Braga, o Vitória Sport Clube cresceu no jogo, não se deixou abater com o golo do adversário e João Mendes fez o resto, fazendo os adeptos vitorianos explodir de alegria. Uma noite em cheio e um empate com muito sabor a Vitória SC.
Golo de João Mendes trouxe justiça: “Sem dúvida nenhuma. Foi um golo mais do que merecido. Estiveram três grandes equipas em campo e assistiu-se a um jogo fantástico, muito emotivo. O Braga esteve mais por cima na primeira parte e criou algumas situações de desconforto para nós. Ainda conseguimos equilibrar essa primeira parte e depois a segunda foi toda nossa. Entrámos muito bem, com um jogo posicional muito bom, não permitindo o jogo interior e também os corredores laterais do Braga”.
O antijogo do Braga: “O Braga chegou ao golo no nosso melhor período e a partir daí tomamos conta do jogo por completo. Tivemos grande controlo emocional, com a equipa a manter-se focada no jogo. Foi nessa altura que o Braga praticou algum antijogo, mas a equipa manteve-se sempre focada, jogando com enorme serenidade e maturidade”.
Ligados: “Estivemos sempre ligados ao jogo e fomos premiados com o golo do empate. Os jogadores tiveram a coragem de sair da zona de conforto. Ficámos um pouco expostos e, por isso, o Braga até poderia ter chegado ao segundo golo, mas seria um golo injusto. Chegámos à igualdade com um grande golo. Nenhuma equipa merecia perder este jogo, pelo que o empate ajustou-se”.
Mentalidade de campeões: “Foi possível alcançar este resultado graças à mentalidade de campeões dos meus jogadores. Tiveram uma capacidade tática muito grande. Os jogadores têm crescido muito e isso ficou aqui demonstrado”.
Serenidade e coragem: “Na parte final do jogo, o Braga tentou mexer com o nosso ritmo, provocando muitas quebras e a fazer substituições atrás de substituições. Sentíamos o jogo a chegar ao fim, mas a equipa manteve sempre a serenidade e a coragem até acontecer o golo do empate”.
O casamento perfeito: “O mérito não é só meu, é de toda a estrutura, do plantel e, principalmente, dos jogadores. Temos uma forma de ser e de estar muito próprias e as coisas estão a correr bem. Aquilo que eu sou como homem e treinador encaixa bem no ADN do Vitória SC. Houve um casamento perfeito e o que importa é que o Vitória SC está mais forte. Trabalhamos todos os dias para a equipa ser mais forte”.
Maturidade na ponta final: “Na primeira parte chegámos muitas vezes ao último terço e não tivemos a serenidade ideal para marcar. Tomámos muitas decisões com o coração. Conversámos sobre isso ao intervalo e até mostrei algumas imagens aos jogadores. Era preciso termos mais serenidade. Fazíamos por vezes o mais difícil, saíamos bem da pressão e depois não tínhamos a serenidade ideal para decidirmos bem. É normal que se perca algum discernimento neste tipo de jogos, mas os jogadores tiveram maturidade e foram em busca do golo da igualdade. Queríamos os três pontos, mas ficámos superfelizes pela forma como chegámos ao empate”.
Ataque a necessitar de reforços? “Como treinador, prefiro sempre agarrar-me às soluções, nunca às desculpas. Gosto muito dos meus jogadores e estou muito contente com o plantel. O mercado de janeiro está em vigor, mas essa pasta é da administração. Eu gosto é de treinar e estou muito contente com os jogadores que tenho ao dispor, mesmo muito”.