As experiências no estrangeiro deram-lhe maturidade para regressar ao país de origem com vontade de jogar no campeonato português e de contribuir para o sucesso do Vitória SC
É entre o orgulho e a gratidão que se encontra Nélson Oliveira depois de rubricar contrato com o Vitória Sport Clube. O vínculo, válido por uma época e meia, é o regresso às origens do ponta de lança depois de somar experiências em diferentes países do futebol europeu. Entra pela porta de um clube “histórico”, “grande” e “especial” como um “jogador muito mais experiente”. Tem vontade de fazer golos, mas acredita que “a função de um avançado é muito mais completa e muito mais abrangente do que só marcar golos” e que o mais importante é contribuir para que o Vitória SC possa ganhar mais vezes.
Ainda não se juntou ao grupo de trabalho, mas já sabe com o que contar: “É uma equipa que está muito bem esta época, com confiança”. Consegue facilmente nomear jogadores que estão a viver bons momentos com a camisola do Vitória SC, mas não consegue identificar nenhum que se destaque negativamente. “Na verdade, não consigo identificar um jogador na equipa que não esteja muito bem porque quando vejo a equipa do Vitória a jogar vale pelo coletivo”, disse.
Natural de Barcelos, conhece de cor Guimarães, cidade que escolheu para casar. É essa familiaridade que lhe dá a confiança para afirmar que se identifica com os vitorianos e com os vimaranenses. “Sei que é gente muito apaixonada pelo símbolo, pelo clube, gente humilde, de trabalho, que sabe o que custa conquistar as coisas”, começou por dizer. São valores que também carrega e que partilha e, portanto, não hesitou quando surgiu a oportunidade de jogar pelo clube da cidade. “Identifico-me com a mentalidade vitoriana”, rematou.
Orgulho e gratidão: “Estou muito satisfeito por vestir a camisola do Vitória. Se pudesse usar duas palavras para descrever este momento seria orgulho e gratidão. Orgulho por estar a representar um clube tão histórico, tão grande e tão especial. Apesar de nunca ter jogado pelo Vitória, sei que é um clube muito especial sobretudo por causa da massa adepta que tem. Estou grato pela oportunidade que me foi dada e pela confiança que estão a depositar em mim. E estou feliz, muito feliz”.
Oportunidade de jogar no campeonato português: “Regresso a Portugal como um jogador muito mais experiente e certamente muito mais experiente do que aquele de que as pessoas se lembram. É normal. Quando saí para o estrangeiro era mais jovem. As pessoas lembram-se muito de mim principalmente por causa do Mundial Sub-20, mas hoje sou naturalmente um jogador com mais experiência e tenho fome de jogar bem na liga portuguesa porque praticamente não tive essa oportunidade. Não joguei muito no Benfica e fui emprestado ao Rio Ave e ao Paços de Ferreira, mas na altura ainda era júnior e estava a começar a minha carreira. Agora tenho uma vontade muito grande de jogar no meu país e de estar com as minhas gentes. Estou grato pela oportunidade de o fazer num clube com a história do Vitória”.
Impressão do Vitória SC: “Não é segredo que fiz parte da minha formação no SC Braga, clube que representei até aos 14 anos, antes de ir para o Benfica. Lembro-me perfeitamente de jogar na Academia. Jogávamos num campo que tinha umas escadas atrás. Havia quem ficasse a ver os jogos lá de cima. E até nessa altura, quando jogava nos iniciados e éramos todos muito jovens, eu sentia a paixão dos adeptos. Eram sempre jogos muito renhidos, muito disputados. E é essa a ideia que eu tenho dos vimaranenses. Eu casei-me aqui em Guimarães. Estou familiarizado com a cidade e sei que é gente que é muito apaixonada pelo símbolo, pelo clube, gente humilde, de trabalho, que sabe o que custa conquistar as coisas. E eu identifico-me perfeitamente com essa mentalidade. Foi uma das razões para eu ter dito que era para aqui que eu queria vir logo que surgiu a possibilidade. Identifico-me com a mentalidade vitoriana”.
Integração: “Não acho que vou jogar facilmente e estaria errado se viesse com essa ideia. Estive atento aos últimos jogos do Vitória. Vi as partidas contra o Braga, o Arouca e agora com o Estrela da Amadora. É uma equipa que está muito bem esta época, com confiança. Jogam um futebol de que eu gosto e com que me identifico. É um futebol rápido, vertiginoso e com muita garra. Não vai ser fácil entrar na equipa. Claro que tenho confiança em mim enquanto jogador e sei da minha qualidade, mas vejo-me como mais um para ajudar a que o momento continue a ser de vitórias e a lutar pelos lugares cimeiros. Estaria a mentir se dissesse que acho que vou chegar e jogar logo porque a equipa está muito bem como um todo e os jogadores da frente estão bem. Seja o Jota, o André Silva ou o Nuno Santos, que têm jogado mais nos últimos jogos. O João Mendes também está muito bem. Na verdade, não consigo identificar um jogador na equipa que não esteja muito bem porque quando vejo a equipa do Vitória a jogar vale pelo coletivo. O Vitória joga muito bem e tem ideias muito definidas”.
A função de um avançado: “Tenho muita vontade de fazer golos, mas estaria a mentir se dissesse que os golos são tudo. Obviamente são importantes, mas eu acho que a função de um avançado é muito mais completa e muito mais abrangente do que só marcar golos. Eu considero que o mais importante é ganhar. Mais importante do que fazer golos, é contribuir para a minha equipa ganhar, para o Vitória ganhar. Acho que há uma série de coisas que é importante fazer enquanto avançado para além de marcar golos. No entanto, é óbvio que quero marcar golos, quero dar muitas alegrias a estes adeptos e trabalhar nas características que considero importantes num avançado”
Jogar pelo Vitória: “Quero muito sentir a paixão e o calor dos adeptos, aquele ambiente fervoroso que é característico do Vitória. Já senti isso como jogador quando joguei contra o Vitória no Estádio D. Afonso Henriques. No entanto, já passou muito tempo e joguei aqui como adversário, por isso o ambiente não era favorável. Desta vez vou ter a oportunidade de viver tudo isto como jogador do Vitória e obviamente estou muito entusiasmado com isso”.