Depois de uma ausência longa dos relvados, Nandes tem sido escolha nos Sub-19
E cumpriu-se o ditado! Depois da tempestade, veio a bonança. Quem o assume é Nandes que, depois de uma ausência prolongada que o afastou dos relvados na última temporada, está a dar cartas nos Sub-19. O médio tem sido primeira escolha no onze de José João Rodrigues nesta reta final e espera manter-se de pedra e cal na próxima ficha de jogo. “Estou a fazer aquilo que mais gosto e, depois de ter estado parado um ano, sou muito grato pela oportunidade que tenho. Ainda assim, nunca podemos estar contentes com o ‘bom’ e temos sempre de querer mais. No início da época sofri outra lesão mas, felizmente, foi algo simples e só estive ausente durante duas semanas. Curiosamente, senti mais medo no regresso dessa lesão do que quando voltei depois da ausência longa, mas à medida que o tempo foi passando, fui ganhando confiança e sentindo igualmente a confiança que o clube deposita em mim”, disse.
Com muitos anos de ‘casa’, Nandes é cara nova no escalão de Sub-19, cumprindo por isso o primeiro ano. A luta por um lugar torna-se, por isso, mais “difícil” mas também mais “motivadora”. Ultrapassadas as primeiras dificuldades no confronto com “jogadores mais velhos”, Nandes partilha agora o meio-campo com “colegas de tremenda qualidade”. “Temos um plantel muito bom, o nosso meio-campo é muito forte e isso só me ajuda a ser melhor treino após treino. Quero e tenho de estar no limite em cada treino e nunca abrandar. Por isso, sabia que tinha de trabalhar muito para conseguir um lugar entre jogadores tão competentes, como o Miguel Nogueira ou o Diogo Sousa, entre outros”, elogiou.
Fã de Bernardo Silva, aprecia-lhe a inteligência e assume, com a modéstia que lhe é reconhecida, que esta é também uma das suas características. Se o é dentro de campo, deixamos a avaliação para o ‘mister’, mas podemos assegurar que a entrevista de hoje, tal como acontecera em julho do ano passado, faz de Nandes um dos atletas mais interessantes de ouvir. “Se calhar, a inteligência é o meu ponto mais forte. Não tendo o físico a meu favor, penso que a inteligência é essencial. Hoje, vimos muitos médios da minha posição que valem pela inteligência. Ver Bernardo Silva jogar é um espetáculo. É um jogador muito inteligente que, também não sendo forte fisicamente, sabe estar nos espaços certos, consegue ver a pressão e tocar logo, sem ir para o duelo quando essa pressão está a chegar, o que considero fundamental no futebol”, explicou.
“Nós também fazemos parte dos melhores”
Terminada a 1ª Fase, vem aí a Fase de Apuramento de Campeão, onde se irão encontrar as quatro melhores equipas do Norte e as melhores do Sul. Estar nesta etapa era o objetivo traçado desde o primeiro dia e foi cumprido com sucesso. O percurso não foi perfeito mas serviu de aprendizagem: “Tivemos, acima de tudo, duas derrotas que foram más para nós, refiro-me aos jogos com o Gil Vicente e o Rio Ave. Hoje, olhando para trás, considero que serviram para a equipa melhorar aquilo que estava a faltar e retificar muita coisa. Mais recentemente, no jogo em Barcelos, deveríamos ter sido mais maduros e não o fomos, o que nos penalizou. Adiámos o apuramento para o duelo com o Famalicão e aí sim fomos uma equipa muito mais madura desde o início do jogo”, abordou.
Os erros serviram – e servem – como preparação para o que aí vem. Aproxima-se uma etapa decisiva e Nandes atesta que o Vitória “não vai estar lá apenas por estar”. “Não chega garantir presença nesta fase final, temos de lutar todos os jogos para ganhar e é isso que vamos fazer. Com o decorrer dos jogos é que conseguiremos perceber aquilo que conseguiremos fazer diante de todos os adversários. Nós também fazemos parte dos melhores e sonhar não custa. Sabemos que é difícil conquistar um título, mas também nada nos impede de lutar e pensar nisso”, concluiu.