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Álvaro Pacheco: “O triunfo assenta-nos bem”

No regresso a uma casa que bem conhece, Álvaro Pacheco foi feliz e viu a sua equipa regressar ao caminho das vitórias com um triunfo por 0-1

Na análise ao encontro da 20.ª jornada, disputado no Estádio do FC Vizela, Álvaro Pacheco sublinhou a forma como a equipa reagiu às adversidades do encontro. “Respondemos de forma madura, tranquila e percebemos que tínhamos de continuar focados nas coisas que controlámos: o nosso plano, o nosso jogo, as nossas tarefas”, disse. O golo de André Silva, à passagem do minuto 80, foi o elemento que conferiu justiça ao resultado. Um triunfo que, diz o timoneiro, assenta bem à equipa vitoriana.

Para Álvaro Pacheco, o encontro da tarde deste domingo foi um “jogo muito bom”. Resultado do bom trabalho de todas as equipas: “Estiveram três grandes equipas em campo e depois a quarta equipa na bancada”. No final do encontro, o treinador confessou que orientar o Vitória SC é, por enquanto, o maior projeto da sua carreira. “Estou num clube enorme, um clube gigante que tem uma massa associativa incomum e uma identidade diferenciada”, disse. E, para finalizar, acrescentou: “Se me perguntar se é um sonho construir uma história bonita com este emblema, sem dúvida nenhuma que esse é o meu desejo”.

O regresso às vitórias: “O regresso a Vizela foi estranho. Não vou mentir. Fui muito feliz nesta casa, criamos uma ligação muito forte e fizemos história. Eu próprio não consigo descrever o sentimento de regressar aqui. Mas eu sou profissional. O carinho, a ligação que eu tenho a esta cidade e a estes adeptos vai ser eterna. Foi um jogo especial e eu desejo, do fundo do coração, que o Vizela consiga atingir os seus objetivos. No entanto, enquanto profissional estou focado no meu presente e na história de sucesso que eu quero criar no Vitória. Era importante regressarmos aos triunfos. Injustamente não conseguimos ganhar nem empatar em Barcelos. Então era importante darmos uma resposta e foi isso que aconteceu. O triunfo assenta-nos bem na totalidade dos 90 minutos”.

Análise ao jogo: “Houve duas partes distintas. Um primeiro momento em que dominamos, mas com o jogo mais equilibrado. Não conseguimos impor a intensidade e o ritmo de jogo que nós queríamos e que sabíamos que precisávamos para sermos capazes de mandar no jogo. Na segunda parte fomos capazes de o fazer. O nosso jogo posicional foi muito competente. Sem bola fomos muito agressivos e não deixamos o Vizela pensar muito o jogo e procurar as suas ligações. Com bola fomos muito inteligentes e soubemos aproveitar o espaço. Fomos verticais para aproveitar o espaço que a linha defensiva do Vizela deixava e também aproveitar o espaço interior quando a sua linha defensiva baixava. Criamos oportunidades atrás de oportunidades e conseguimos fazer o golo”.

A resiliência da equipa: “Tenho de salientar o trabalho da minha equipa pela forma como os jogadores lidaram com as incidências. Nós entrámos muito bem na segunda parte. Foi assinalada uma grande penalidade a nosso favor. A expectativa foi alta porque a probabilidade de fazermos golo era alta. Não fomos capazes de o fazer. Respondemos de forma madura, tranquila e percebemos que tínhamos de continuar focados nas coisas que controlámos: o nosso plano, o nosso jogo, as nossas tarefas. Os meus jogadores tiveram essa capacidade, essa audácia e essa resiliência. E fomos criando oportunidades e mais oportunidades até fazermos o golo. Na reta final do encontro, houve mais emotividade. O Vitória quis tentar segurar a vantagem e o Vizela procurou o jogo direto e o ressalto nas segundas bolas, mas penso que controlámos sempre o jogo até ao final. É uma vitória justa”.

Os adeptos vitorianos: “Foi um jogo muito bom. Três grandes equipas em campo e depois a quarta equipa nas bancadas. As duas massas associativas, tanto a do Vitória como a do Vizela, apoiaram as suas equipas. A família vitoriana foi muito importante. Foi fundamental nesta segunda parte. Especialmente depois de falharmos o penálti. Transmitiram à equipa a alma, a crença, a capacidade de lutarmos até ao fim por aquilo que queríamos. Fomos capazes de lhes dar a vitória e agora quero dar-lhes os parabéns. Esta massa associativa é fabulosa e, por isso, os meus parabéns para eles”.

Gestão do jogo: “Eu penso sempre positivo e sou um treinador corajoso que não tem medo de tomar decisões em função das convicções que tem. Não fiz as substituições porque, na segunda parte, estávamos a ser muito dominantes. Estávamos por cima do jogo, estávamos a controlar o jogo e estávamos a descobrir os caminhos de que precisávamos. E o Tiago Silva e o Tomás Händel estavam muito bem nesse seu posicionamento. Não só sem bola, mas também a retirar o espaço ao Vizela porque sabemos que o Vizela gosta muito do jogo interior e quis atrair os nossos três jogadores para a pressão para depois jogar o jogo por dentro para criar superioridade numérica com os nossos três médios. E os nossos três médios estavam muito bem. Mesmo em inferioridade numérica estavam a pôr em prática os comportamentos que nós treinamos para tirar partido da situação. Eu não faço substituições por causa de um jogador ter um amarelo ou não. Se estão bem, se estão a controlar e a sentir-se confortáveis e a ser uma mais-valia para a equipa, mantenho-os”.

Saída de Varela: “O Bruno Varela sentiu um desconforto na coxa durante a primeira parte. Não sabíamos se dava ou não para continuar. Pensei em fazer a substituição, mas depois falei com ele. Disse-me que dava para aguentar perfeitamente até ao intervalo para avaliarmos a situação e também para não perdermos um momento de substituição. Foi isso que aconteceu. Chegámos ao intervalo e, com ele e com o departamento médico, sentimos que era mais vantajoso para a equipa que ele fosse substituído. Assim foi. Entrou o Charles e também foi um bom regresso para ele”.

O maior projeto da carreira: “Este é o maior projeto da minha carreira enquanto treinador. Estou num clube enorme, um clube gigante que tem uma massa associativa incomum e uma identidade diferenciada. Sem dúvida que, para mim, é o meu maior desafio até agora. Se me perguntar se é um sonho construir uma história bonita com este emblema, sem dúvida nenhuma que esse é o meu desejo”.