Álvaro Pacheco classifica o empate na receção ao SL Benfica como “inteiramente injusto” e destaca o comportamento e atitude dos seus jogadores
Assertivo e perentório, Álvaro Pacheco não tinha dúvidas no final do jogo. “Fomos a melhor equipa em campo durante os 90 minutos, a mais proativa, a que tentou mais, a mais corajosa, a mais capaz no último terço e a que criou mais oportunidades”, começou por dizer. A ponderação com que geralmente aborda os temas dá mais valor às análises que faz: “A nossa superioridade foi ainda mais acentuada na primeira parte, fizemos uma primeira parte monstruosa”.
No fim, o treinador preferiu valorizar o espetáculo e o trabalho da equipa. “Foi um grande jogo com duas grandes equipas. Tenho de valorizar o que fizeram os meus jogadores. Jogaram como campeões e eu acho que têm de ser destacados pelo jogo que fizeram, pela atitude que tiveram e por superar as adversidades”, rematou. Com uma semana de preparação antes de partir para Portimão, para encarar a 22.ª jornada da Liga Portugal, Álvaro Pacheco declarou que o objetivo é conquistar mais três pontos: “Os pontos que podemos conquistar no próximo jogo são os mais importantes das nossas vidas. Não podemos arranjar desculpas. Temos de nos preparar para conquistar os próximos três pontos e mais nada”.
Análise ao encontro: “O resultado é inteiramente injusto. Fomos a melhor equipa em campo durante os 90 minutos, a mais proativa, a que tentou mais, a mais corajosa, a mais capaz no último terço, que criou mais oportunidades. Parece-me que o melhor jogador do Benfica esta noite foi o seu guarda-redes e isso diz tudo daquilo que foi o nosso desempenho. A nossa superioridade foi ainda mais acentuada na primeira parte. Fizemos uma primeira parte monstruosa. Nunca permitimos que o Benfica conseguisse chegar ao nosso último terço com critério. Foi através de uma transição que o Benfica fez o golo, mas nós fomos uma equipa muito proativa mesmo com o estado adverso do terreno. Conseguimos aproveitar os espaços e conseguimos fazer as ligações por fora e por dentro. Sabíamos que quando o Schmidt meteu o Rafa e o Di Maria a jogar por dentro queria aproveitar o jogo interior. E nós retiramos esse espaço. Com bola, aproveitamos muito bem o Tiago e o Händel a jogar atrás do espaço e depois a atrair os dois médios. Quando eram atraídos, libertavam espaço para o Nuno, para o Jota e para o André. Fizemos um jogo monstruoso. Merecíamos chegar ao fim da primeira parte a ganhar e por mais de um golo. No intervalo disse aos meus jogadores para manter o foco no jogo e não estarmos tristes por ter sofrido um golo injustamente, mas para irmos à procura do golo que nos podia dar os três pontos. Foi assim que entramos na segunda parte: corajosos, destemidos, a promover o nosso jogo e a levar o jogo para a zona onde gostávamos de estar e onde sentíamos que o Benfica tinha mais dificuldades, que era o último terço. Fomos capazes de chegar ao segundo golo, podíamos ter chegado ao terceiro. Tivemos oportunidades para o fazer, mas não fomos capazes. Depois a expulsão condicionou-nos. Mas tenho de dar os parabéns aos meus jogadores pela forma como reagiram. Nunca perderam a coragem de serem Vitória e de olhar para o adversário à procura do golo que merecíamos e que nos desse mais tranquilidade. As oportunidades do Benfica, mesmo com mais um jogador, foram escassas. Há mérito também do jogador que faz o empate. Estamos tristes. Cheguei ao balneário no fim do jogo e senti que os meus jogadores estavam tristes porque o Vitória perdeu dois pontos”.
Valorizar o espetáculo: “Nunca vou comentar o trabalho da equipa de arbitragem. Acho que temos de falar do jogo. Foi um grande jogo com duas grandes equipas. Tenho de valorizar o que fizeram os meus jogadores. Jogaram como campeões e eu acho que têm de ser destacados pelo jogo que fizeram, pela atitude que tiveram e por superar as adversidades. Jogaram contra o Benfica, uma equipa que luta para ser campeã, com coragem mesmo com menos um jogador. Mantiveram a coragem de olhar nos olhos do adversário e de jogar o que estava planeado, sem se desviarem daquilo que era o nosso jogo. Estou muito orgulhoso dos meus jogadores. Temos de valorizar o espetáculo e a qualidade. Considero que o árbitro é dos melhores árbitros portugueses. Eu já errei, ele também pode ter errado, mas é um grande árbitro independentemente disso. Ainda não vi o lance da expulsão, não posso tecer comentários”.
Conquistadores: “Estes jogadores têm mesmo espírito de conquistadores e nunca podemos perder isso. É a nossa essência, a nossa alma, o nosso ADN. Nós sabemos que todos os dias temos uma nova oportunidade para crescer, para sermos melhores, para nos tornarmos mais capazes. Não nos deixamos amedrontar pelo erro, pelas falhas ou pelas desilusões. O nosso foco é sabermos como é que podemos ser mais fortes mesmo nestes momentos. A equipa está a crescer nesse aspeto. Estamos focados no presente e no futuro. Usamos o passado para aprender. Os momentos em que não somos capazes de ganhar servem para nos tornarmos mais fortes e eu acho que é esse o nosso caminho. Fomentamos essa mentalidade de campeões todos os dias. Todos os treinos, todos os exercícios, todas situações em que estamos presentes: tem de ser sempre para ganhar”.
Clã Silva: “O meu aviso quanto ao clã Silva foi muito sério. Se tivéssemos feito o terceiro golo, fechávamos o jogo. Não conseguimos. Se o Benfica sofresse, se calhar também desistia do jogo porque não estava a conseguir pegar no jogo da forma como pretendia. Se estivesse a perder por dois golos de diferença, acredito que podiam ter desistido. Saliento que tivemos uma atitude fantástica mesmo com menos um jogador”.
Objetivos: “O objetivo do Vitória é ganhar o próximo jogo. Amanhã vamos estar a treinar para estarmos focados no próximo jogo e conquistarmos três pontos. Simplesmente isso. Três pontos são importantes. Os pontos que podemos conquistar no próximo jogo são os mais importantes das nossas vidas. Não podemos arranjar desculpas. Temos de nos preparar para conquistar os próximos três pontos e mais nada”.