Natural da Guiné, Baionco está em Guimarães há três anos
A mudança de posição foi o rastilho necessário para a explosão de Baionco. O agora médio tem-se destacado nos últimos jogos de Sub-17, onde tem apontado golos importantes. Fê-lo na estreia da Fase de Apuramento de Campeão e conseguiu, com isso, catapultar a equipa para a vitória.
A reviravolta teve origem nos seus pés mas o sucesso é garantido através de um coletivo “forte e unido”. Aliás, Baionco é o primeiro a reforçar a qualidade existente na sua equipa e os médios “talentosos” que ocupam a zona central do terreno. É, também por isso, que o guineense reconhece a dificuldade de ter – e manter – um lugar na equipa. No entanto, e independentemente de ser merecedor da titularidade ou de estar sentado no banco, Baionco promete a máxima “dedicação e esforço” para continuar a evoluir na presente temporada. “O nosso principal objetivo é chegar ao final da época e sentir que evoluímos e eu já sinto muito isso. Queremos ser melhor equipa a cada jogo e, neste sentido, queremos estar melhor frente ao Belenenses. É assim que encaramos cada jogo, como uma possibilidade de crescermos”, disse, lembrando a história do último jogo: “Frente ao Rio Ave, entrámos algo ansiosos, se calhar por ser o primeiro jogo nesta fase. Além disso, sofremos o golo logo nos primeiros minutos e isso deixou-nos ainda mais nervosos. O intervalo fez-nos muito bem e as palavras do mister tiveram efeito para aquilo que foi a segunda parte”.
Uma vitória na estreia e a certeza de que o espírito que paira nesta equipa poderá fazer a diferença em determinados momentos. A qualidade individual é uma mais-valia mas só a coesão de grupo e atitude combativa irão trazer resultados. É esta a conclusão retirada das declarações de Baionco: “Há muitos bons jogadores na nossa equipa. Toda a gente reconhece isso mas nem sempre isso é sinónimo de resultados. Penso que no nosso caso há também uma união muito forte e uma competitividade muito saudável”, atestou.
“União forte. Competitividade saudável”. Amizade, acrescentamos. E fazemo-lo na dedução às histórias partilhadas pelo jogador. “Estou no Vitória há três anos e quando cá cheguei senti, naturalmente, algumas dificuldades. No entanto, tive colegas de residência, e outros, que me ajudaram muito. O Rodrigo Silva ainda hoje é um dos meus melhores amigos. O Meireles e o Bruno Abreu, como são de cá, foram essenciais para que eu me sentisse em casa. Enviavam-me mensagens a perguntar se eu estava bem ou se precisava de alguma coisa. Isto podem ser só pormenores mas que, para mim, fizeram e fazem toda a diferença”, agradeceu.
Baionco é um jogador grato. Aos colegas e ao Vitória. “Vim para Portugal com 11 anos, estive no Sacavenense dois anos sem poder competir oficialmente. Depois, surgiu a oportunidade de vir para aqui e foi a melhor coisa que me poderia ter acontecido. Devo muito ao Vitória e espero continuar a merecer esta confiança”.
Natural da Guiné, o médio está em Portugal há cinco anos. A distância de casa é justificada pelo sonho de ser jogador profissional, num objetivo reforçado pelas saudades. Deixamos para o final do texto aquela que foi também a última pergunta ao jogador. A emoção tomou conta de Baionco e o olhar não disfarçou a dor provocada pela ausência da mãe. “Já não dou um abraço à minha mãe há quase cinco anos. Desde que vim para Portugal que nunca mais nos vimos e sinto muitas saudades dela. Na verdade, acho que se quero tanto ser jogador e viver este sonho é por causa dela, para conseguir que este esforço valha a pena e eu possa ajudá-la. Neste momento, estamos a tentar que ela venha para cá mas ainda não conseguimos. Enquanto esse momento não chega, falo com ela todos os dias por vídeo-chamada”, concluiu.