Ao serviço do Vitória SC desde setembro de 2023, Uisma Lima esteve à conversa com Luís Vieira e projetou o próximo combate
Uisma dos Ramos Lima sentou-se para uma conversa com Luís Vieira no 10.º capítulo do podcast DEZANOVE22. Atleta do Vitória SC desde setembro de 2023, o pugilista de 31 anos, número 58 do ranking mundial, confessou que “sempre quis trabalhar com o Alberto Costa” e que essa possibilidade foi determinante para representar o Vitória Sport Clube.
No entanto, não foi pelo boxe que a história de Uisma Lima começou. Natural de Angola, mudou-se para Portugal com a família quando tinha oito anos. E, antes de qualquer modalidade de combate, praticou basquetebol e futsal. Foi quando se iniciou nas Artes Marciais Mistas (MMA) que conheceu Pedro Carvalho, atleta vimaranense com quem chegou a lutar, e Alberto Costa, o treinador vitoriano com quem queria trabalhar há muito tempo.
Numa sala do Estádio D. Afonso Henriques, Uisma Lima abordou o caminho que percorreu para se tornar num nome em ascensão do boxe mundial e a luta para ser um atleta cada vez mais completo. O pugilista projetou ainda o próximo combate, agendado para o dia 6 de abril, contou que o filho já se converteu ao vitorianismo e ainda convidou Luís Vieira para participar num dos treinos da semana.
Algumas coisas que pode descobrir no 10.º episódio do DEZANOVE22:
O Vitória SC: “Tenho 11 combates, uma derrota. Escolhi vir para o Vitória porque considero que têm o melhor treinador de Portugal, que é o Alberto Costa. Os meus colegas de equipa também são os melhores. Sou o número 58 do mundo. É o resultado de um trabalho muito consistente, de muitos treinos e de ganhar os combates até agora”.
Próximo combate: “Estamos só à espera de acertar algumas coisas, mas já podemos falar um bocadinho do meu próximo combate. Vou lutar pelo título IBF Intercontinental no dia 6 de abril na Alemanha contra o atual campeão mundial. Para mim, é o maior e o melhor título neste momento. Tenho tempo para fazer uma boa preparação, para fazer um plano técnico e estratégico com o Alberto”.
Filho vitoriano e a relação com o Vitória: “O meu filho, o Lucas, já é adepto do Vitória. O meu sogro está a ver se ele vira sportinguista, mas ele está sempre a gritar pelo Vitória. Eu não ligo muito ao futebol, mas vim ver o jogo do Vitória contra o Benfica e foi um bom jogo. Tive sorte. Os adeptos viveram muito o jogo e eu também vivi. É contagiante”.
Fatores importantes na vida de um atleta: “A equipa, o treinador e os parceiros de sparring são muito importantes para a evolução de um atleta. Eu também escolhi vir para o Vitória porque sabia que ia ter bons parceiros de sparring aqui. Eu acredito que, para evoluir, é preciso treinar com os melhores. E, se queres ser o melhor, tens de ser competitivo”.
Preparação para o combate: “Uma boa preparação necessita de três meses e é preciso gastar muito dinheiro. O material de boxe é caro, para começar. Depois precisas de tirar muito tempo da tua vida pessoal para treinares. Nem toda a gente acredita no sonho. Depois chegas a uma determinada fase e ainda tens de perder peso. Já está a mexer com o teu corpo e com a tua cabeça. Na semana de combate, eu entro num modo de ansiedade que é complicado de lidar. Para além disso, tens de treinar direitinho naqueles meses”.
O futuro e o filho: “A minha maior ambição é ser campeão e fazer o meu nome no boxe português, ser conhecido como um dos melhores pugilistas em Portugal. Gostava de fazer mais uns bons seis anos de boxe e acabar a carreira aos 36 ou 37. É importante ainda ter tempo depois do fim da carreira. E quero criar o meu projeto e abrir a minha academia de boxe. Quero estar ligado ao boxe seja como treinador ou promotor ou noutra função qualquer. Gostava que o meu filho competisse, que soubesse proteger-se, mas se o boxe não evoluir, tanto em Portugal como no mundo, não gostava que ele fosse profissional”.
Mensagem aos vitorianos: “Podem esperar sempre ver-me a dar o máximo de mim, tanto por mim como por vocês. Fiquem atentos ao próximo dia 6 de abril”.