Álvaro Pacheco dissecou o encontro da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e assegura que a equipa vai lutar pela eliminatória e pelo acesso à final
Álvaro Pacheco analisou um encontro decidido nos “pormenores”. O timoneiro vitoriano remeteu a decisão da meia-final para a segunda parte da eliminatória depois da derrota por 0-1 no Estádio D. Afonso Henriques. No fim de um “jogo muito tático”, o treinador identificou o que é necessário melhorar para alcançar a final da Taça de Portugal. “Para chegarmos à final temos de fazer golos”, disse.
Com a eliminatória em aberto e uma vantagem do adversário pela margem mínima, Álvaro Pacheco decidiu acreditar: “Precisamos, principalmente, de olhar para o último jogo, sermos aquilo que nós somos e melhorar os aspetos em que não estivemos tão bem para discutir a eliminatória nos próximos 90 minutos. Eu acredito que vamos chegar à final”.
Análise ao jogo: “Acho que foi um jogo disputado por duas boas equipas e foi um jogo muito equilibrado. Estes primeiros 90 minutos da eliminatória foram decididos por pormenores. E esses pormenores acabaram por tender para o adversário. Disse isto aos meus jogadores: a nossa prestação foi de uma equipa que esteve sempre no jogo, demonstrámos as nossas intenções. Faltou-nos ser mais audazes e mais acutilantes com bola e no último terço para chegarmos ao golo. Acho que este jogo deixa-nos com uma esperança muito grande porque estamos dentro da eliminatória. Foi a primeira parte e o que demonstrámos deixa-nos com esperança de discutir o acesso à final no segundo encontro. São essas as nossas intenções. Foi um jogo muito tático”.
Acreditar: “Defensivamente até estivemos bem. Houve um ou outro pormenor em que o Porto alterou o seu jogo posicional, mas nós fomos capazes de nos adaptarmos e não permitimos grandes oportunidades ao adversário a nível de ataque organizado. As situações que o Porto teve foi em transição. É necessário, com bola, sermos mais serenos, mais audazes, termos um jogo posicional mais assertivo para quebrarmos a pressão do Porto e sabermos que espaços temos de ocupar para quebrar a pressão. É preciso sermos iguais a nós próprios e acreditar. Precisamos, principalmente, de olhar para o último jogo, sermos aquilo que nós somos e melhorar os aspetos em que não estivemos tão bem para discutir a eliminatória nos próximos 90 minutos. Eu acredito que vamos chegar à final”.
Segunda mão: “Foram duas equipas que estiveram muito bem taticamente. A nível ofensivo, não houve muitas oportunidades para as duas equipas, mas penso que os dois grupos estiveram muito bem posicionados, muito bem taticamente e muito disciplinados e isso tornou o jogo muito equilibrado. Na segunda volta temos de procurar as soluções para sermos mais agressivos e mais proativos especialmente com bola e no último terço de forma a criarmos oportunidades. O Sérgio [Conceição] vai fazer o mesmo. Para chegarmos à final temos de fazer golos. E essa é a nossa missão: marcar para chegar à final”.
O que é necessário melhorar: “Houve momentos em que quebramos muito bem a pressão. Fomos capazes de aproveitar o espaço. Faltou-nos estar mais serenos e procurar a melhor solução. Os jogadores tiveram pouco espaço porque, sempre que recebiam a bola, estavam logo a ser pressionados. Aconteceu às duas equipas. Quando tínhamos mais tempo para pensar, não pensamos da forma mais correta. Mas isso faz parte do jogo. É um aspeto que temos de melhorar para estarmos mais tranquilos no próximo encontro e para sabermos detetar esses momentos em que temos espaço para pensar”.
Reação ao golo: “A reação ao golo foi muito boa. Talvez o Porto estivesse um bocadinho por cima do jogo até esse momento. A partir daí fomos mais proativos, fomos para cima do Porto e conseguimos condicioná-los. A entrada do Kaio [César] ajudou nisso. Era esse o objetivo. É um jogador muito forte no um para um, muito rápido e um jogador que se sente mais confortável a jogar no corredor direito principalmente para procurar os espaços. Ele foi capaz de aproveitar os espaços. Faltou-nos mais serenidade para, quando esses espaços surgiram, ter procurar a melhor definição. Foi um bom jogo. Estamos dentro da eliminatória. Estamos tristes, mas vamos preparar já o próximo jogo do campeonato contra o mesmo adversário. No entanto, vai ser um jogo diferente. E depois seguimos a nossa vida a acalentar esse sonho porque ainda estamos dentro da eliminatória”.
Momentos de paragem e quebra: “Quando estávamos a perder, fomos mais acutilantes, procurámos ser mais agressivos. Mas começou a haver muitos momentos de paragem, muita quebra. Quando uma equipa está a perder, quer ter fluidez no jogo. Às vezes as sensações são boas e estás por cima. Nesses momentos queres é que o jogo se desenrole. E o jogo estava sempre com quebras. Isso não permitiu que conseguíssemos dar o ritmo que pretendíamos ao jogo para criar as oportunidades. Estando por cima, procurei mexer os jogadores da frente, principalmente por fora, os dois extremos, para mantermos a nossa agressividade não só sem bola, mas principalmente com bola para estarem mais tranquilos e principalmente mais frescos para perceberem esse espaço que estava a começar a haver. O jogo estava a aproximar-se do fim. A equipa do Vitória estava muito bem fisicamente. Senti que o Porto, porventura, até estava a recuar e a ficar mais cansada do que a nossa equipa. Achei que era importante meter jogadores mais frescos na frente, principalmente nas alas, para aproveitar o momento. E fomos capazes de empurrar o Porto. Faltou a fluidez do jogo para criarmos mais oportunidades e chegarmos ao golo”.