De volta ao Estádio do Dragão para a segunda mãos das meias-finais da Taça de Portugal, o técnico promete um Vitória SC de olhos postos na baliza do FC Porto e a dar tudo por uma nova presença no Jamor
As contas das meias-finais da Taça de Portugal estão longe de se encontrarem fechadas para Álvaro Pacheco. O técnico do Vitória Sport Clube confia de forma absoluta na capacidade da sua equipa e acredita que esta será capaz de reverter a desvantagem da primeira mão (0-1) no reencontro com o FC Porto, adversário que acabaria por ser batido na recente visita dos Conquistadores ao Estádio do Dragão. Certo de que o jogo desta quarta-feira terá contornos bem diferentes, Pacheco avança otimista para o embate com os azuis e brancos e ainda com a clara noção de que a equipa será capaz de “provocar os espaços necessários” rumo ao desejado triunfo.
Ponto prévio: “Quero começar por deixar duas notas: envio um abraço muito forte para o Rui Duarte, treinador do SC Braga, pelo momento que está a passar; e quero também enviar um abraço ao João Mendes. Foi operado ontem [segunda-feira] e a intervenção correu bem, pelo que não tenho dúvidas de que vai regressar mais forte à competição”.
Desvantagem na eliminatória: “Vamos disputar o segundo jogo. Neste momento estamos a perder por 1-0. Temos a ambição e a crença de chegar à final, vamos com esse espírito. Vamos para este jogo com uma vontade muito grande de nos superarmos e sabemos que, para estarmos na final, temos de ganhar o jogo. Esse é o nosso foco”.
Coragem: “Nós não damos muita importância ao contexto. É uma competição diferente, é uma competição que o Porto, neste momento, prioriza e quer muito ganhar porque muito provavelmente será muito difícil ganhar o campeonato. Nós, Vitória, também queremos muito. Há muitos anos que não estamos na final, há muitos anos que não conquistamos a Taça de Portugal. E ainda temos essa possibilidade. São jogos diferentes e de cariz diferente. Vão jogar duas equipas que estão muito motivadas para estar na final. Neste momento, temos de nos fazer ao caminho, estamos a perder ao intervalo. Sabemos que temos de sair da nossa zona de conforto. Sabemos que temos de entrar com coragem para sermos Vitória e para assumirmos o jogo e irmos atrás das nossas pretensões. Nós queremos estar na final e temos de demonstrar que queremos estar na final. Isto demonstra-se com a nossa qualidade de jogo e a nossa capacidade de fazermos mossa. O nosso foco é olhar para o que somos capazes de fazer e o que temos de fazer para estar na final”.
Abordagem ao jogo: “Sem dúvida que ainda há espaço para que as equipas se possam surpreender. Este vai ser um jogo diferente dos outros todos. As equipas conhecem-se bem agora. Todos os jogos têm tido um cariz diferente. No primeiro destes três jogos houve uma abordagem muito tática das duas equipas. Principalmente pareceu-me que o Porto quis levar, e muito bem, a eliminatória para sua casa. O jogo de campeonato foi completamente diferente porque havia três pontos em disputa e o Porto quis, tal como nós, conquistar os três pontos. Entrámos com uma abordagem completamente diferente daquela que vamos ter amanhã. O Porto, neste momento, está em vantagem, está à frente no marcador. Nós também queremos muito estar na final e, portanto, temos de ir atrás. Precisamos de ser mais acutilantes, muito mais audazes. Para estar na final, temos de ter uma abordagem ao jogo diferente daquela que tivemos no primeiro jogo da eliminatória. É um jogo diferente. São três jogos num curto espaço de tempo. Este vai ser um jogo emotivo, muito bem disputado e, não tenho dúvidas quanto a isto, vai ser diferente dos outros dois”.
Jogar para ganhar: “A forma como abordamos o jogo não vai mudar. Nós, Vitória, abordamos todos os jogos sempre para os ganhar. Temos de perceber o que precisamos de fazer para ganhar este jogo. Provavelmente o jogo vai ter um sentido e nós temos de saber que sentido é que vai ter, que emoções é que vai despertar e perceber o que temos de fazer perante a nossa preparação, a nossa estratégia e saber quais são as nuances que precisamos de dar ao jogo para sermos capazes de estar dentro do encontro e para nos aproximarmos do nosso objetivo, que é passar para a frente do marcador e marcar golos. Vai ser um jogo fantástico, muito emotivo, com duas equipas que querem estar na final e vão tentar chegar à final de formas diferentes. Acho que vai ser um jogo excecional”.
As baixas de Mangas e João Mendes: “Gosto de ter todo o plantel disponível, mas as contrariedades fazem parte da vida. Como treinador, cabe-me preparar bem os jogadores disponíveis, fomentando uma mentalidade competitiva no grupo. É isso que temos neste grupo: há uma mentalidade de campeões. Sempre que um jogador não pode ser opção, ora por lesão, ora por castigo, temos sempre alternativas disponíveis à altura. Não tendo o Mangas e o João Mendes, vão a jogo outros atletas com uma vontade muito grande de ajudar a equipa a atingir a final da Taça de Portugal”.
O regresso de Taremi preocupa? “O meu foco está virado para o Nélson Oliveira, para o Jota Silva e para o Kaio César… Penso é neles, quero é que os meus jogadores sejam capazes de chegar ao golo. Temos de fazer golos. O meu foco é motivá-los e orientá-los de modo a que façam golos para chegarmos à final”.
O último triunfo sobre o FC Porto e o reencontro: “Este será um jogo diferente. No anterior, o FC Porto estava obrigado a conquistar os três pontos; nesta altura, o FC Porto não precisa de marcar golos para chegar à final. Nós é que temos de ir atrás. Vamos para este jogo com muita crença. Será um jogo muito disputado entre duas grandes equipas. Já ganhámos no Dragão e sabemos que podemos voltar a ganhar. A nossa abordagem, de resto, terá de ser diferente. Temos de ter a capacidade de surpreender e de procurar o golo, porque o FC Porto vai fechar aqueles espaços que nós conseguimos aproveitar no último jogo. Não havendo esses espaços, teremos de ser nós a provocar a existência de espaços. Será por isso um grande jogo”.
O onze inicial: “Já o defini, mas não vou revelar. Nem os jogadores sabem, só amanhã [quaerta-feira]”.
O peso de João Mendes: “É um jogador especial e estava a fazer uma época extraordinária. Tem cariz, perfume, inteligência e uma capacidade muito grande de decisão, mas o plantel do Vitória SC tem mais jogadores com essas características, ainda que jogando de formas diferentes. O que importa é o rendimento. Gostaria muito de contar com o Mangas e o João Mendes para este jogo, mas tenho de encontrar soluções. Este jogo é uma oportunidade para os jogadores fazerem aquilo que mais gostam, fazendo história se chegarmos à final”.
O dono da baliza: “Não posso dizer tudo. Será uma surpresa para amanhã [quarta-feira]”.