Álvaro Pacheco ficou com a sensação de que a eliminatória podia ser favorável ao Vitória SC e garante que o encontro da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal dá confiança para enfrentar a reta final do campeonato
Álvaro Pacheco encontrou as palavras certas para se expressar no fim do jogo no Estádio do Dragão na noite desta quarta-feira. Com a eliminatória decidida a favor do FC Porto (que venceu por 0-1 na primeira mão e por 3-1 na segunda mão), o timoneiro vitoriano assumiu que o grupo está triste, mas relembrou que ainda faltam cinco jogos para o campeonato terminar e que há objetivos para cumprir. “Ficou a sensação de que também podíamos ter conseguido. Infelizmente a vida faz-se assim. Hoje estamos tristes, mas agora temos de nos focar no que podemos fazer nos últimos cinco jogos do campeonato. Há muita coisa para conquistar ainda”, disse.
Eliminado nas meias-finais da Taça de Portugal, na antecâmara da final disputada no Estádio do Jamor, o Vitória Sport Clube volta a virar atenções para a Liga Portugal e desloca-se ao Estádio José Alvalade já no próximo domingo, dia 21 de abril.
Primeira metade do encontro: “Estávamos em desvantagem e, portanto, tínhamos de chegar aqui e demonstrar que queríamos ir ao Jamor. Só com uma entrada como aquela que nós tivemos é que era possível. A equipa teve essa capacidade de chegar aqui e entrar em campo com audácia e com uma coragem muito grande para irmos atrás do resultado. Na primeira oportunidade fomos capazes de chegar à vantagem e penso que isso foi muito importante para nós conseguirmos continuar na eliminatória. Parece-me que até ao 1-1 estávamos por cima, estávamos a controlar o Porto. O Porto estava intranquilo, estava nervoso. Nós estávamos a ser capazes de dividir o encontro e estar perto do segundo golo. Depois surge o penálti. É evidente que o Porto, quando faz o golo e chega ao 1-1, ganha uma nova vida e causa-nos alguns calafrios. Nós, momentaneamente, perdemos o controlo sobre o jogo e o Porto acaba por passar para a defesa. Mas eu penso que mais uma vez, depois disso, demonstrámos a vontade que tínhamos de chegar à final pegando novamente no jogo para irmos à procura do golo e estarmos dentro da eliminatória. Tivemos oportunidades. Recordo-me perfeitamente que na última oportunidade da primeira parte podíamos ter feito o 2-2. Se tivéssemos conseguido, a segunda parte ia ser completamente diferente”.
Os segundos 45 minutos: “Na segunda parte desequilibramo-nos um bocado, mas fomos audazes e conseguimos criar imensas oportunidades. Eu não sou um treinador de estatísticas, mas se olharmos para as estatísticas, o Vitória tem mais remates e mais ataques do que o Futebol Clube do Porto. E estávamos a jogar contra um adversário que está habituado a jogar as meias-finais, está habituado a jogar estes jogos que dão acesso à final. E nós chegamos aqui a casa do Porto e mostramos esta audácia, esta coragem, esta capacidade de descobrir os espaços e criar oportunidades. Faltou-nos só a capacidade de enquadrar os remates para fazer os golos. Penso que se tivéssemos feito o 2-2 na segunda parte, dadas as oportunidades que nós tivemos, iriamos entrar no jogo. O jogo esteve sempre equilibrado até o Porto fazer o 3-1. Sentíamos que podíamos fazer golo, mas tínhamos de andar atrás do marcador. Tivemos alguns desequilíbrios e o Porto, pela qualidade que tem e pela boa equipa que é, foi capaz de chegar ao 3-1. Depois de o fazer, penso que o Porto controlou o jogo. No entanto, mesmo assim a equipa do Vitória não deixou de ir atrás e de tentar fazer o 3-2”.
A eliminatória: “Estamos tristes. Não vou esconder isso. O nosso grupo, no balneário, estava triste. Acalentávamos muito o sonho e tínhamos a esperança de chegar à final. Penso que o desfecho foi a consequência do desenrolar dos dois jogos. Foram jogos muito equilibrados e decididos nos pormenores. Ficou a sensação de que também podíamos ter conseguido. Infelizmente a vida faz-se assim. Hoje estamos tristes, mas agora temos de nos focar no que podemos fazer nos últimos cinco jogos do campeonato. Há muita coisa para conquistar ainda”.
Reta final da época: “Não tenho receio que este jogo afete mentalmente o grupo, pelo contrário. É evidente que temos de estar tristes porque não conseguimos aquilo que queríamos, mas jogar da forma como nós jogamos no Dragão, sermos capazes de estar aqui a jogar uma meia-final, algo que poucos jogadores da minha equipa estão habituados a fazer, mostrar esta personalidade e esta qualidade, sermos capazes de com bola criar os espaços, sermos capazes de levar a bola ao último terço da finalização e sermos capazes de fazer tantos remates tem de significar alguma coisa. Faltou-nos só a capacidade de finalizar. Temos de estar confiantes para os últimos cinco jogos. É evidente que estamos tristes, mas este jogo e a personalidade que demonstrámos, principalmente na segunda parte, tem de nos dar confiança para os cinco jogos que nós temos pela frente. Principalmente no próximo jogo porque temos de ter esta coragem e esta forma de abordar o encontro”.
Substituição de Afonso Freitas: “Sentiu uma dor no joelho. Sinceramente ainda não sei que tipo de lesão é, se é ou não é grave. Sei que estava com um desconforto enorme e considerou-se pertinente tirá-lo do jogo”.
