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“São quatro finais e queremos fazer 12 pontos”

No fim do encontro, Álvaro Pacheco felicitou o adversário pelo triunfo merecido e estabeleceu a meta de somar 12 pontos na reta final do campeonato

No Estádio José Alvalade, em Lisboa, Álvaro Pacheco reagiu à derrota por 3-0 frente ao Sporting CP, relevou a atitude dos jogadores e já projetou a reta final do campeonato ao estabelecer a meta de somar 12 pontos nos quatro jogos finais da edição 2023/2024 da Liga Portugal. O treinador vitoriano traçou um paralelismo com o jogo da primeira volta do campeonato, que o Vitória SC venceu, e o segundo, que acabou com um triunfo do Sporting CP. “No primeiro jogo do campeonato, nós fomos melhores e fomos capazes de ganhar. Desta vez, o Sporting foi melhor e está de parabéns”, disse.

Álvaro Pacheco comentou ainda o apuramento já garantido para as competições europeias e dividiu o mérito com os jogadores e com os treinadores que o antecederam: “O Vitória está de parabéns pela qualificação, principalmente os jogadores. E não é só mérito do Álvaro Pacheco. Houve treinadores que estiveram neste cargo antes de eu chegar que ajudaram o Vitória a chegar a este objetivo”. O timoneiro acredita que esta derrota prepara o grupo para o que falta jogar até ao fim da época. “Isto vai fazer-nos crescer e preparar-nos para os próximos quatro jogos. São quatro finais e queremos fazer 12 pontos. Não tenho dúvida nenhuma que este jogo nos prepara para essas quatro finais”, concluiu.

Foco: “Há 12 pontos em disputa e nós estamos a cinco pontos do terceiro lugar. É nisso que temos de nos focar. O Vitória está a fazer uma campanha fantástica. Conseguimos cumprir um grande objetivo que tínhamos definido no início do campeonato, que era o apuramento para as competições europeias. Agora temos de tentar fazer o máximo e o máximo que podemos conseguir, com os 12 pontos que falta disputar, é o terceiro lugar. É nisso que nos vamos focar”.

Análise ao jogo: “Acho que nem entrámos mal no jogo. Sabíamos que, e acho que é unânime, íamos jogar contra a melhor equipa do campeonato. É uma equipa que está moralizada e tem muitas dinâmicas e uma variabilidade tremenda no jogo não só pelo jogo associativo, tanto por dentro como por fora, mas também pelo jogo em profundidade, que é mortífero. Nós sabíamos disso. Sabíamos que tínhamos de estar muito compactos e não permitir esse espaço entre linhas. E fomos capazes de reduzir esse espaço. O Sporting acelerou sempre o jogo por fora e nós sabíamos que isso iria acontecer. Não fomos capazes foi de defender o espaço à profundidade, que o Sporting aproveitou e muito bem. Penso que reagimos bem ao golo sofrido. Houve logo uma situação que podia ter resultado em penálti e penso que a equipa podia crescer se a situação não fosse em fora de jogo. Nós tentamos estar sempre ligados ao jogo e, por isso, foi uma pena sofrermos o golo no fim da primeira parte. Isso deu muita tranquilidade ao Sporting e nós entrámos na segunda parte a perder 2-0. É uma vitória mais do que merecida pelo que o Sporting fez, mas tenho de louvar também a atitudes dos nossos jogadores. Jogámos contra a melhor equipa do campeonato e nunca nos desvirtuámos, nunca deixámos de ir à procura daquilo que nós pretendíamos. Na segunda parte, mesmo a perder, mudámos a nossa forma de jogar, tornámo-nos muito mais agressivos, expusemo-nos ao jogo e desequilibramo-lo mesmo assim. A equipa foi Vitória. Só que o Sporting foi melhor. No primeiro jogo do campeonato, nós fomos melhores e fomos capazes de ganhar. Desta vez, o Sporting foi melhor e está de parabéns”.

Resposta depois da derrota: “Não sou um treinador de desculpas ou de lamentações. Joguei com os atletas que tinha disponíveis para hoje e estou muito orgulhoso pela prestação deles. Disse-o no balneário. Esta equipa tornou-se numa equipa com mentalidade de campeão e que joga sempre para ganhar e, quando não ganha, sente uma frustração muito grande. Esta semana fomos eliminados de uma competição que era um sonho, que foi a Taça de Portugal, e queríamos dar uma grande resposta. Demos uma boa resposta a nível exibicional, comportamental e mesmo a nível de qualidade de jogo. Pena foi só o resultado”.

Ausência de Jota no XI: “Dentro das condicionantes que nós tínhamos, achámos por bem fazer a gestão do Jota. Era o mais vantajoso também para ele. Sabíamos que não dava para jogar muito tempo. Portanto, decidimos que não jogava de início para o termos no fim porque acreditávamos que íamos levar a decisão do jogo para o fim e queríamos ter o Jota nesse momento para ajudar a decidir o jogo”.

Crescer nos momentos difíceis: “O mais importante agora é saber que estes jogos nos fazem crescer. Disse isto aos meus jogadores. É evidente que a sensação hoje é a de que nos falta algum pormenor, falta-nos jogar a esta intensidade e com este andamento. Falta-nos principalmente controlar determinados momentos e determinados espaços a esta velocidade. Isto vai fazer-nos crescer e preparar-nos para os próximos quatro jogos. São quatro finais e queremos fazer 12 pontos. Não tenho dúvida nenhuma que este jogo nos prepara para essas quatro finais”.

Qualificação para as competições europeias: “É a minha primeira qualificação. Acho que nesta questão não posso falar de mim, mas principalmente do clube. Era um grande objetivo. Os interesses do clube estão sempre à frente dos interesses individuais. O Vitória está de parabéns pela qualificação, principalmente os jogadores. E não é só mérito do Álvaro Pacheco. Houve treinadores que estiveram neste cargo antes de eu chegar que ajudaram o Vitória a chegar a este objetivo e, portanto, estamos todos de parabéns”.

Entrada de Nélson Oliveira: “O Nélson [Oliveira] ainda se está a adaptar à identidade, à filosofia e à cultura do clube. E é importante que ele perceba que, em determinados momentos, tem de dar uma resposta. Eu queria saber qual era o comportamento dele a entrar só com cinco minutos para jogar. E foi um comportamento bom. É sinal de que podemos contar com ele, acho que pode ser muito importante para a equipa. E é a partir deste tipo de pormenores que eu, enquanto treinador, avalio o comportamento dos jogadores. O Nélson [Oliveira] sabe que, contra o Porto, não esteve ao seu nível para dar uma ajuda à equipa. Hoje, nos minutos que jogou, demonstrou que quer ajudar a equipa e é este Nélson que nós queremos. É deste tipo de jogadores que nós precisamos”.

Estratégia: “Nós sabemos que o Sporting é muito forte no jogo associativo. O Sporting, quando entra entre linhas de frente para o jogo, é muito forte. Na nossa opinião, esse era um dos aspetos mais fortes do Sporting e tínhamos de fechar. Quando se retira esse espaço, o que é que o Sporting faz? Procura o jogo por fora e principalmente a profundidade. E, para nós, é mais fácil controlar a profundidade com o jogo por fora. Foi isso que procurámos. Só que o nosso corredor direito, principalmente na primeira parte, não teve essa capacidade. O corredor esquerdo esteve muito bem, que o Sporting tentou procurar profundidade e não conseguiu. Conseguiu pelo corredor direito atacar as costas do nosso central e criou-nos algum desconforto e acabou por chegar ao golo e chegar à vantagem. Mas penso que isso tem de nos fazer crescer. Jogámos contra o Sporting, quando está supermoralizado, com um estádio com um ambiente fantástico e que cria um grande elã à sua equipa, e nós fomos capazes de jogar a olhá-los nos olhos. O Sporting foi superior, é verdade, mas acho que nunca deixamos de ser Vitória e de ir à procura do que nós desejávamos e estivemos sempre agarrados às nossas ideias. Inicialmente foi isso: estrategicamente fechar esses espaços interiores. Na segunda parte mudámos o sistema para 5-2-3, aí já deixámos o espaço por dentro e fomos mais acutilantes, mais agressivos, estivemos mais perto da área. Agora temos de refletir e perceber o que temos de fazer para chegar a este nível, que é o nosso objetivo”.