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Rui Borges: “O desgaste não será desculpa frente ao Famalicão”

O verbo ganhar será para conjugar outra vez no plural no jogo deste domingo. Na ressaca de uma campanha triunfal na Bósnia, o treinador prometeu um Vitória SC a dar tudo no regresso a casa, para o campeonato

O plano do Vitória Sport Clube no campeonato é muito claro e não muda consoante as competições. Garantindo que a equipa não tem duas cartas, o técnico Rui Borges deu conta de uma equipa moralizada e apostada em levar a melhor sobre o Famalicão, convocando mais uma vez os adeptos para um compromisso duro e muito competitivo. Sem esconder que a deslocação recente à Bósnia e o jogo com o Zrinjski Mostar deixaram naturais marcas, carregou na ambição e manifestou-se orgulhoso deste início de época, um cenário que “compraria” logo no momento preciso em que se comprometeu com os Conquistadores.

Desafio elevado? “Temos pela frente um bom desafio, tal como têm sido os outros. Não quero olhar para o próximo jogo como o maior desafio para não desvalorizar aquilo que já fizemos. Olho apenas para a exigência de cada jogo, para as características do adversário. A partida com o Famalicão será difícil e estará dentro de todos os jogos que já disputámos. Vamos defrontar uma equipa competitiva, boa e moralizada. Sob o comando do atual treinador, já não perdem há bastantes jogos, desde o final da época passada. Não sofreram ainda qualquer jogo, pelo que se trata de uma equipa muito organizada. Por outro lado, o Famalicão investe muito apesar de vender bastante. Tem sempre bons jogadores, chega até a alguns atletas a que outros clubes não conseguem chegar. Vamos tentar ser Vitória. Temos de recuperar bem porque temos pela frente um jogo exigente e competitivo. Acredito que as duas equipas vão querer ganhar e, por isso, vamos precisar outra vez da força dos nossos adeptos para batermos o Famalicão”.

O desgaste do Vitória e o descanso do Famalicão: “Vimos de uma viagem bastante desgastante, com muitas horas dentro do avião. Só no jogo é que teremos a noção do impacto disso, mas não nos vamos agarrar ao cansaço. Nunca fui treinador de me lamentar com tudo. Temos de lidar com as atuais circunstâncias, tentando ser competitivos com a mesma coragem, a mesma ambição e o mesmo rigor. Sabemos daquilo que é capaz o adversário: são muito fortes nos duelos defensivos e no contra-ataque rápido. Possui jogadores muito bons no último terço, com velocidade para atacar a profundidade. Tivemos pouco tempo para descansar. Chegámos ontem às oito da noite e esse cansaço amassou todos. Não penso somente naqueles que jogaram. Mas vamos jogar com grande ambição e a querer ganhar, respeitando muito o adversário. Os nossos adeptos serão também muito importantes. Espero que compareçam em grande número no nosso estádio”.

Rigor e ambição: “O nosso trajeto na fase de apuramento da Conference League foi excecional. E agora há que focar no campeonato, onde temos duas vitórias e uma derrota. E nessa derrota fizemos o suficiente para ganhar. Se me perguntassem durante a pré-época se compraria só vitórias na Conference League e duas vitórias e uma derrota no campeonato para esta fase, de certeza que assinaríamos todos por baixo. Seguimos em frente na Conference League, e muito bem, e estamos equilibrados no campeonato. Em relação à derrota com o AVS, só nos podemos queixar de nós próprios. E temos pela frente outro jogo competitivo, frente a um clube que investe bastante e que tem ambições altas. O adversário sabe, no entanto, que vai defrontar um Vitória muito forte, pela sua história, por tudo aquilo que representa no futebol português. Seremos uma grande equipa. Somos uma equipa que entra em qualquer campo para vencer. Vamos tentar ser o máximo competitivos, para ganhar. Repito o que já disse: no mesmo dia em que assinei pelo Vitória, teria assinado por baixo tudo aquilo que já fizemos. De resto, o desgaste ou o cansaço não serão desculpas para nós. Os jogadores vão apresentar-se muito rigorosos e com muita ambição”.

Os próximos desafios na Liga Conferência: “A nossa ambição vai manter-se. No momento exato, vou focar-me no adversário seguinte. Julgo que nesta altura é um pouco estranho dar palpites sobre a próxima fase da competição e sobre os adversários. Ninguém conhece os nomes e alega-se que todas as equipas são fáceis. Depois… A verdade é que o Zrinjski Mostar ganhou ao AZ Alkmaar, empatou com o Aston Villa e o Vitória SC venceu no seu estádio por 4-0. É tudo muito subjetivo no futebol. O Zurique também era fraco e empatou com o campeão da Suíça. E esse país tem quatro ou cinco clubes em competições europeias. Fico triste quando tentam desvalorizar tudo aquilo que já fizeram os nossos rapazes. Todos os adversários mereçam o meu respeito, mas dentro das nossas qualidades e de uma estratégia específica vamos tentar ser o máximo competentes e competitivos. Ainda recentemente o nosso presidente disse que o clube quer vencer todos os jogos. Esse é o ADN do clube. Os nossos adeptos passam essa paixão de fora para dentro e nós temos de passá-la de dentro para fora. Se fizermos isso, ninguém nos pode apontar nada. E o grupo tem feito isso em todos os jogos, incluindo frente ao AVS, partida que não conseguimos vencer”.

Dúvidas: “Temos o Jorge Fernandes com uma lesão muito específica. Depois temos alguma malta condicionada. Estão assim o Bruno Gaspar, o Tiago Silva… e vamos ainda ver como estará o Mikel Villanueva. Acabou o último jogo com algumas queixas. Acredito que ainda poderá ser opção, mas teremos de aguardar quase até à última”.

O mercado quase a fechar: “Não estou com a expectativa de receber mais alguém. O plantel está bem constituído, com a competitividade interna que nós pretendemos. Só o Tomás Ribeiro e o Óscar Rivas é que ainda não jogara, mas a oportunidade deles vai chegar. E sinto que todos estão ligados no clube. A minha expectativa é que não saia mais ninguém. Estou muito tranquilo, mas sei que o último dia do mercado é sempre muito agitado. De repente, pode acontecer sempre algum negócio. Gostaria que não saísse ninguém, mas acredito que não sairá muita gente. Se alguém sair, estamos cá para arranjar soluções. Espero que tudo se mantenha igual, pelo menos até janeiro. De resto, adapto-me muito ao que vai acontecendo. Não sou de me queixar. Se houvesse alguma coisa concreta, de certeza que já me teriam dito. E a verdade é que não me disseram nada”.