Na ressaca do triunfo sobre o Mladá Boleslav, o treinador do Vitória SC fez a projeção da visita ao Santa Clara, do próximo domingo, e apontou à conquista dos três pontos
A ambição dos profissionais do Vitória Sport Clube renova-se a cada jogo que passa. Carimbado o nono triunfo consecutivo na UEFA Conference League, diante do Mladá Boleslav, a equipa comandada por Rui Borges aponta agora baterias na direção do Santa Clara e só se dará por satisfeita em caso de novo êxito. Em conferência de imprensa de antevisão da partida que será disputada no Estádio de São Miguel, nos Açores, o treinador deu conta de um grupo competitivo, cheio de boas soluções e cada vez mais forte em termos mentais, a driblar na medida do possível o cansaço acumulado pelas viagens e jogos de um princípio de época verdadeiramente impressionante, pela positiva.
Ciclo infernal quase fechar: “Podemos dizer que sim. Agora já não falamos do jogo de ontem. Já passou ou então só falaremos dele mais à frente. Temos pouco tempo para nos focarmos no jogo com o Santa Clara e devemos perceber bem as dificuldades com que nos vamos deparar. Em cinco jogos em casa, o Santa Clara leva quatro vitórias e uma derrota frente ao FC Porto. É uma equipa muito forte e a maioria dos seus jogadores já se conhece pelo menos da época passada, pelo que mantêm as dinâmicas. Trata-se de uma equipa muito competente, muito competitiva, bem organizada e bem orientada. É uma equipa ainda muito forte em termos atléticos e forte nas transições ofensivas. Atacam rapidamente e, normalmente, com boas tomadas de decisão”.
Óscar Rivas é boa dor de cabeça: “Deu a resposta que nós já estávamos à espera [frente ao Mladá Boleslav], tirando o golo. Ficámos muito contentes por ele. É um jogador que dá boas respostas todos os dias. Só precisava do momento certo e a oportunidade que teve já a merecia há algum tempo. Esteve tranquilo. A estreia aconteceu em casa e isso foi muito importante porque os adeptos deram-lhe conforto. Ele sentiu que estavam a olhar para ele e que confiavam nele. Sentiu esse conforto logo nas primeiras ações que teve. Cresceu ao longo do jogo e soube manter o seu estado de confiança. De resto, é um miúdo muito focado, rigoroso e competitivo. Nota-se isso diariamente. É disso que nós gostamos. Fez por merecer a oportunidade e cumpriu muito bem. O plantel dá muitas e boas dores de cabeça. Deixa-me feliz saber que eles dão sempre boas respostas. Todos estão preparados para jogar e à espera de uma oportunidade”.
Telmo Arcanjo a evoluir: “Veio de uma lesão muito prolongada. De início, apareceu muito bem; agora está consistente, mas ainda longe daquilo que nós pretendemos. Já conversei com ele isso. Esteve competente, fez um bom jogo ontem, mas precisa de ser mais agressivo no último terço do terreno do jogo. Tem características muito próprias e deve mudar algumas coisas. Faz parte do seu crescimento e deve perceber que agora a exigência deve ser muito maior. Trabalha muito bem, tem feito jogos bastante competentes, mas nós esperamos mais dele porque tem coisas diferentes. Esperamos mais dele, da mesma forma que esperamos mais de outros atletas. Ele tem de perceber que agora está num patamar de exigência mais elevado”.
Como driblar o cansaço: “A malta deve manter-se competitiva e ambiciosa. Não se podem cansar de ganhar jogos. Apesar de rodarmos jogadores, há um acumular de cansaço provocado pelas viagens e pelos jogos. É difícil apresentarmos nesta altura a mesma qualidade que apresentámos nos primeiros jogos da época. Por outro lado, falta-nos alguma maturidade em certos momentos dos jogos. Quero por isso que os jogadores se mantenham competitivos e que tenham a noção de que nem sempre vamos praticar aquele futebol que todos nós queremos. Temos de estar sempre muito organizados e rigorosos. É que temos sofrido golos por pequenas coisinhas, não têm acontecido por causa de o adversário se superiorizar a nós. Mas estamos onde queremos, a competir em várias provas. Temos de arranjar por isso força mental para superarmos o cansaço físico. O ser humano não tem limites, temos sempre mais alguma coisa para dar. O nosso caminho tem sido fantástico e, para mantermos o nível, devemos fazer tudo para ganhar o próximo jogo. E a mesma lógica vai manter-se se conseguirmos vencer o Santa Clara. Temos de ser competitivos jogo a jogo, sem pensar muito no que vai à frente. Eles unem-se muito lá dentro”.
A lesão de Mikel Villanueva: “Vai estar de fora durante uns dias, não serão muitos. Faz parte. Temos o Óscar Rivas e o Borevkovic também está de volta após castigo. Não estou preocupado. Temos de saber viver com essas situações. O Mikel estava num bom momento e vai continuar a estar quando voltar. É um jogador importante por dar à equipa a maturidade necessária. Até lá, vão jogar outros jogadores que têm características diferentes. Quem jogar dará uma boa resposta”.
A renovação do contrato de Charles: “Teve grande significado para mim. Na época passada, quando foi chamado à equipa, deu uma resposta enorme e na presente temporada voltou a fazer grandes jogos. É importante para o grupo e também oferece maturidade. É um guarda-redes experiente e tem uma personalidade muito boa, que encaixa perfeitamente no ADN do clube. Gosto muito dele. Tem grande respeito pelos colegas. Estamos bem servidos de guarda-redes. O Bruno Varela, para além de ser um grande guarda-redes, é um ótimo capitão, e o Gui também está a aparecer. Tem a sorte de trabalhar com dois grandes guarda-redes”.
O objetivo de descolar do Santa Clara na classificação: “Se queremos ser diferentes, ganhando mais vezes, devemos ter a noção de que vamos defrontar uma grande equipa e que tem grande dinâmica. Fez um grande início de época e, por isso, temos pela frente um jogo muito difícil. Se somos quintos classificados, queremos ser quartos. Por isso, há que bater o próximo adversário. Teremos de trabalhar muito dentro da nossa estratégia e da nossa ideia de jogo”.
Vê a antevisão aqui: