Numa análise “simples”, o técnico vitoriano assumiu que foi “um grande jogo da equipa em todos os momentos do encontro”
Análise ao jogo: “Foi um jogo bem conseguido. Estivemos ligados durante os 90 minutos. Fomos avassaladores no nosso jogo ofensivo, fomos proativos na reação à perda, insistimos onde tínhamos de insistir. Incorporaram bem a ideia que trabalhamos diariamente. Estivemos 100% no jogo, deu no que deu. A dedicação no dia a dia é inquestionável. Mandámos no jogo do início ao fim. É simples, é um grande jogo da equipa em todos os momentos do encontro. É simples fazer a análise. Estou feliz pelo que os jogadores fizeram, mas são só três pontos”.
Um grupo ambicioso e competitivo: “Sou um treinador muito feliz. Digo-o hoje depois de ganharmos, mas também o digo quando não ganho. Sou muito equilibrado nesse aspeto. Nem éramos os piores quando não ganhámos, nem hoje somos os melhores. São mais três pontos. Foi um jogo à imagem do Vitória, da equipa técnica, daquilo que o plantel quer ser enquanto equipa e enquanto grupo. São ambiciosos, intensos e competitivos. O jogo nos Açores custou-nos, por exemplo. Tivemos noção de que ficamos aquém do que somos e do que podíamos ter dado. Vamos cair um bocadinho com o acumular de jogos. Precisamos de saber lidar com isso e tentar ganhar na mesma quando acontecer. É importante. Sabia que íamos fazer um bom jogo, mesmo com a viagem ao Cazaquistão há poucos dias. A energia que me transmitiram diariamente foi impressionante. Quem jogou menos minutos hoje entrou exatamente como os que foram titulares: sempre a mil e sempre a pressionar. O Gil gosta de valorizar o jogo. Gosto da ideia do seu treinador. Se tivéssemos dado mais espaço, poderíamos ter sentido muitos problemas. Fizemos mais faltas do que o normal. Enfrentámos uma equipa bem trabalhada, mas nunca deixámos o Gil Vicente pensar ou criar-nos perigo no último terço. Esta é a equipa que eu quero, mas nem sempre vai ser possível. Sei disso. A intensidade de jogos leva-nos a quebrar às vezes, mas é importante termos capacidade de ganhar na mesma nesses momentos. Queremos ganhar muitas vezes. Nem sempre vamos conseguir jogar bem”.
O próximo jogo: “Vamos jogar com um Benfica muito motivado, com muita intensidade e que só sabe ganhar praticamente. É uma equipa intensa, muito competitiva. Se baixarmos os níveis, vamos ter dificuldades. Vamos pensar no Benfica e depois nas competições europeias. Para mim não há ciclos, há jogos e o próximo é o mais importante. Estamos cientes do que podemos fazer. Eles têm jogado e sabem que tenho muita confiança. Todos têm tido oportunidades e estão a corresponder. Não podia passar-lhes mais confiança. E isto é independente dos resultados. Sou o mesmo treinador. Vamos defrontar uma equipa difícil, mas estamos cientes de que podemos ser a mesma equipa com o Benfica ou com o Gil”.
Importância do triunfo: “Trabalhar sobre vitórias é muito melhor para a equipa. A cara de quem ganha nunca é igual à de quem não ganha. Trabalhámos muito no último jogo e não conseguimos. Não fomos felizes na finalização. Se não tivéssemos sido perdulários noutros jogos, poderíamos ter vencido e ter mais pontos. Aconteceu em alguns jogos. O futebol é isto. A bola entrou hoje. Não nos podemos esquecer da qualidade do grupo. Estes jogadores estão a crescer. É normal que ainda não estejam no topo das capacidades. Se estivessem, já estariam em campeonatos superiores da Europa. Estão no Vitória. Estão a traçar o caminho deles num grande clube e numa grande equipa. Sabem que têm de trabalhar. Têm de procurar melhorar a cada dia que passa. São bons numas coisas e não são tão bons noutras. São dedicados mesmo quando as coisas não correm bem e querem dar a volta aos resultados. Hoje, foram mais felizes, com muitos golos e baliza a zeros. Tudo conta. Dá-nos motivação e confiança”.
A importância de valorizar os bons exemplos: “Acho que a nível nacional estamos preocupados só com algumas coisas ou alguns clubes e devíamos valorizar quem leva mais gente ao estádio. É o nosso caso porque os nossos adeptos são diferentes dos outros. Realmente são. Se o jogo fosse a outra hora, acredito que estaria mais gente. Às vezes não se olha para este aspeto. Deixo o assunto para quem manda no futebol português. Eu só estou cá para treinar e para tirar o melhor dos nossos jogadores. É isso que tento fazer todos os dias. Nem sempre consigo. Se querem estádios cheios, valorizem quem atrai mais gente”.