Num jogo em que o Vitória SC foi claramente superior e mais rematador, o Farense escapou de uma derrota certa no tempo extra, impondo um improvável empate (2-2). Gustavo e Samu marcaram pelos Conquistadores

Vinte e três remates (12 à baliza), quase 70 por cento de posse de bola e nove cantos, entre outros dados estatísticos positivos, não bastaram para o Vitória Sport Clube se reencontrar com os triunfos no campeonato, diante do Farense, no Estádio de São Luís. O poder magnético do guarda-redes Ricardo Velho ajuda a explicar o ponto conquistado (2-2) pelos visitados, mas o tempo extra foi verdadeiramente penalizador para os Conquistadores, que, na estreia de Daniel Sousa no comando técnico, misturaram classe com muita raça num jogo em que o adversário marcou primeiro, ainda que contra a corrente de jogo. Aconteceu num canto cobrado por Marco Matias, com Cláudio Falcão a voar na área para desviar de cabeça para o fundo da rede. O golo apontado aos 37 minutos não intimidou os jogadores do Vitória SC e a reação foi forte para aflição permanente da equipa algarvia, que, a muito custo, ainda conseguiu chegar ao intervalo em vantagem no marcador.
A enxurrada de ataques do Vitória SC subiu de tom no segundo tempo e, por isso, foi tudo menos surpreendente o golo apontado por Gustavo Silva aos 49 minutos. Potente a abrir caminho sobre a direita, Alberto livrou-se de vários adversários e fez a assistência para o companheiro do ataque, que, à meia-volta, bateu por fim Ricardo Velho, uma das figuras do jogo da tarde deste domingo pelo número acertado de intervenções (muitas apertadas) que somou ao longo da partida. À vez, o lateral João Mendes, o médio Tiago Silva, o extremo Nuno Santos e outra vez Gustavo Silva bem tentavam operar a reviravolta, mas o guardião português não facilitava, pelo que o marcador só voltaria a funcionar em cima dos 90 minutos regulamentares. Cheio de confiança, Alberto voltaria a rasgar pela direita e, já à entrada da área, fez o passe para o reentrado Samu, que, num remate de primeira, voltaria a bater o inspirado guardião da casa, fazendo explodir de alegria centenas de adeptos vitorianos presentes no recinto.
O triunfo estava por fim claramente na mão do Vitória SC, mas um novo golpe de teatro, a fazer lembrar os instantes finais do jogo com Nacional, da jornada anterior, alterou o rumo dos acontecimentos. De forma muito discutível, porque a segunda parte não sofreu grandes paragens, o árbitro da partida determinou oito minutos de tempo extra e foi precisamente no último que o Farense resgatou o ponto “salvador”. Atento a um lançamento para a área, Neto apareceu no sítio certo e surpreendeu com um remate de primeira, beneficiando instantes depois do apito final. Um duro golpe.
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