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Terroso: Superação e dedicação que inspiram

José Terroso cumpre o primeiro ano nos Sub-19

Filho de professores, José Terroso parece ter a lição bem estudada sobre o modo como um jovem deve olhar para os variados momentos no futebol. Titular nos últimos dois jogos da equipa de Sub-19, central não se coloca em bicos de pé até porque “um passo não se quer longo, quer-se bem dado”. Uma frase que o próprio proferiu e que é indicadora do que seria a conversa com o defesa.

2025/2026 será a sua sexta época de rei ao peito mas as lesões que o assolaram nos primeiros anos em Guimarães fizeram com que o seu percurso tivesse alguns contratempos. Hoje, a cumprir o primeiro ano de Juniores, Terroso assume que está “totalmente preparado física e mentalmente” para o que aí vem. O futuro não o adivinhamos mas o passado recente mostra-nos que além da força física e mental, o jogador adiciona uma atitude incrível em ação, como foi visível no dérbi, decorria o minuto 53. “Numa partida de futebol o mais importante são os golos mas há momentos determinantes que podem até virar um jogo. É verdade que fiz ali um corte que eu celebrei como se fosse um golo pois o extremo ia isolado para a baliza e seria realmente uma oportunidade para eles. Festejei daquela maneira porque sinto muito o Clube e num dérbi acabámos por sentir ainda mais o que é ser Vitória”, lembrou.

A recente vitória no dérbi minhoto foi vivida de uma forma especial porque “foi o resultado da união que existe no grupo”. “Vivemos uma fase negativa e a vitória no último jogo ajuda a que o trabalho seja feito num ambiente mais alegre. Foi um resultado justo e que premeia a nossa união, penso que esse foi um dos fatores chave para a vitória. Estávamos todos muito unidos, quem estava a jogar, quem estava de fora, os lesionados, todos”, disse, reforçando que “é uma vitória que nos alegra muito mas que não nos desfoca do essencial que é o trabalho diário. Vencer um dérbi deve ser uma obrigação, nós temos é de caprichar em todos os jogos, sejam eles com adversários aparentemente mais fortes ou não”.

O onze do dérbi voltou a contar com o nome de Terroso, tal como já havia acontecido no duelo com o FC Famalicão. O defesa parece estar a conquistar o seu espaço mas, e a última frase lembra isso mesmo, é o “trabalho diário que o levará à titularidade. Consciente de que o caminho é “ainda longo”, Terroso prefere não se iludir com a atualidade porque o passado já lhe mostrou que “no futebol tudo muda muito rápido”. “Passei uma fase má. Tive lesões em épocas anteriores e não quero estar a projetar o futuro. Felizmente, sinto-me totalmente limpo e fisicamente a 100 por cento mas se estou a conseguir ganhar o meu espaço é porque tenho trabalhado muito mas ainda é cedo para dizer que estou a viver uma boa época. Quero manter os pés no chão e continuar a trabalhar cada vez mais. Acho que a resiliência é uma das minhas características principais, pois quer jogue, quer não jogue, dou sempre o meu melhor”, vincou.

“Os nossos dias são exigentes”

Natural da Madeira, José vive desde os 12 anos na Póvoa de Varzim. A mãe, nascida em Cerva, Vila Real, e o pai, natural das Caxinas, Vila do Conde, decidiram regressar ao continente nessa altura. Depois de um ano no Núcleo SCP Solar do Norte, chegou o convite para ingressar na Academia de Alcochete, mas o jovem optou por ficar perto da família e ingressar no projeto do Vitória SC, algo de que não se viria a arrepender. “Apaixonei-me pelo Clube e sou muito feliz aqui”, garante.

A rotina é semelhante a alguns colegas e obriga-o a acordar (muito) cedo. “Os meus dias são muito parecidos. Acordo às 5h30 e venho numa das carrinhas do Vitória. Saímos da Póvoa às 6h20 para chegar cá a tempo das aulas. Estudo Economia na Martins Sarmento e considero-me bom aluno. Depois das aulas, almoço na cantina do Clube e fico para o treino, sendo que só chego a casa por volta das 20h30. Não há tempo para fazer outras coisas que não estejam relacionadas com o futebol e os estudos. Sei que há muita gente que pensa que os jogadores jovens são uns meninos mimados, que só querem jogar à bola, mas essa realidade já não existe. Os nossos dias são exigentes porque queremos jogar mas também ser bons alunos e bons filhos”, partilhou.