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Miguel Oliveira: “Estou a fazer história e quero representar bem Portugal, a cidade e o clube”

O nadador de 16 anos do Vitória Sport Clube prepara-se para representar Portugal no Mundial de Juniores que vai decorrer na Roménia entre 19 e 24 de agosto. É o primeiro juvenil luso de sempre a participar na prova do escalão superior.

Cresceu a sonhar com a relva e com uma bola de futebol no pé, mas a influência do pai, que foi jogador de futebol, não vingou. Em 2021, optou pela natação em detrimento do futebol e na próxima terça-feira, dia 19 de agosto, Miguel Oliveira, aos 16 anos, vai fazer história no desporto nacional ao ser oficialmente o primeiro juvenil português a participar no Mundial de Juniores. O atleta vitoriano já se encontra na Roménia com a comitiva portuguesa para participar em duas provas – 50 metros costas e 100 metros costas – na próxima semana em Otopeni. Miguel Oliveira é recordista nacional nas duas distâncias tanto na categoria juvenil A como juvenil B e em piscina olímpica e piscina curta.

Antes de viajar para a Roménia, Miguel Oliveira passou pelo Estádio D. Afonso Henriques e admitiu que tem noção das dificuldades que esta prova lhe vai impor, mas afirmou que não podia sair de Portugal sem ambição na bagagem. “É a prova mais importante da época e não posso viajar sem ambição. Vou tentar bater os meus recordes nacionais”, disse. Consciente de que vai entrar na água e competir com atletas mais velhos, põe como meta fazer melhor do que no Campeonato da Europa de Juniores. “Quero melhorar os meus tempos e vou tentar bater os meus recordes nacionais”.

Uma esperança racional. Miguel Oliveira está habituado a ser recordista e a bater não só os recordes dos outros, mas também os seus, mostrando uma capacidade de superação admirável. Na época que agora está a terminar, o atleta vitoriano conquistou nove títulos, bateu 14 recordes nacionais e somou quatro internacionalizações. Em abril de 2025, na Suécia, nadou os 50 metros costas em 26,51 segundos, estabelecendo um recorde nacional da sua categoria de idade e alcançando os mínimos (26,72 segundos) para a participação no Mundial de Juniores. Miguel Oliveira divide o sucesso com a família e também com a equipa: “É uma equipa, não é apenas um atleta. Treinar com o meu treinador, com o Rui, e com os meus colegas, o João e o Alex, é muito motivador porque procuramos todos o mesmo nível, que é o nível dos Jogos Olímpicos. Eles ajudam-me todos os dias”.

Com o objetivo de representar com honra o país, a cidade de Guimarães e o Vitória SC, Miguel Oliveira reconhece que sente o peso de fazer história, mas está focado em descontrair e desfrutar para conseguir nadar com confiança. “Vai ser um orgulho enorme para mim. Há muita pressão em cima das costas, como se costuma dizer, mas trabalhei para este momento”, disse. Miguel Oliveira integra o quarteto português que vai representar o país em Otopeni, na Roménia. Miguel Oliveira é o primeiro a entrar em prova e vai disputar a primeira eliminatória dos 100 metros costas às 7h30 de terça-feira (19 de agosto). Na quinta-feira (21 de agosto), o Conquistador vai disputar a primeira eliminatória dos 50 metros costas igualmente às 7h30. O Mundial de Natação de Juniores decorre de 19 a 24 de agosto no Complexo Aquático de Otopeni.

O Vitória Sport Clube deseja muita sorte a Miguel Oliveira e à comitiva portuguesa que vai competir na Roménia.

Ambição na bagagem: “Sendo juvenil, ainda tenho muito para aprender, mas parto para o Mundial de Juniores com muita ambição de ser melhor neste Mundial do que fui no Europeu. Quero melhorar os meus tempos e espero representar bem o clube e a nação porque é uma prova muito importante, é a mais importante da época, e não posso viajar sem ambição. Vou tentar bater os meus recordes nacionais”.

Objetivos da época: “No início da época, falei com o Rui [Costa] e tínhamos como objetivo principal a participação no Europeu de Juniores. Naquela altura nem pensávamos ainda no Mundial porque ainda parecia uma possibilidade longínqua que não estava ao meu alcance. Estipulámos a participação no Europeu de Juniores e a obtenção de novos recordes à semelhança do que tínhamos feito na época anterior. Para mim, esta época está a ser o resultado de muito trabalho. Ainda não acabou, só acaba depois do Mundial. Agora é importante manter os pés assentes na terra e a cabeça no lugar para correr tudo bem”.

Homenagem no relvado do Estádio D. Afonso Henriques: “Estar no relvado do Estádio D. Afonso Henriques, um estádio tão bonito, acaba por ser a concretização de um sonho. Quando era criança queria ser jogador de futebol como quase todas as crianças. Pisar o relvado, cumprimentar os adeptos deixou-me orgulhoso. É um orgulho para a minha família. O meu pai foi jogador de futebol e disse-me que foi, de certa forma, um momento que o fez recuar no tempo. Era um sonho dele que eu também fosse jogador de futebol e isto foi o mais próximo que estive disso. E a minha mãe começou a chorar com a emoção que sentiu”.

Desporto de equipa: “Apesar de muitas pessoas considerarem que a natação é um desporto individual, há uma equipa que muito contribuí para os resultados de cada atleta. Para mim, a natação é um desporto de equipa. O meu treinador Rui Costa e os meus colegas João Costa e Alexandre Amorim contribuem muito para que tudo corra bem. É ainda importante o papel da minha família, que me apoia. Trabalho com o Dr. Jaime Milheiro, médico desportivo, e com o Dr. Simão Oliveira, psicólogo. É uma equipa, não é apenas um atleta. Treinar com o meu treinador, com o Rui, e com os meus colegas, o João e o Alex, é muito motivador porque procuramos todos o mesmo nível, que é o nível dos Jogos Olímpicos. Eles ajudam-me todos os dias. Treinar em agosto, por exemplo, não é nada fácil. Está toda a gente de férias e geralmente sou apenas eu e o Rui numa piscina, sem mais ninguém. Só tenho de agradecer à minha equipa porque nada disto seria possível sem eles”.

Evolução: “Estou no Vitória há dois anos e consegui perceber uma grande evolução desde que estou aqui. Lembro-me que, no início, encarava as provas com medo. Não sabia se as coisas iam correr bem ou não e, então, tinha receio. Ao longo da última época, em especial, fui mudando isso. Isto é fruto do meu trabalho com o Dr. Simão Oliveira, claro, mas também graças ao Rui Costa. Fui percebendo as minhas dificuldades atrás do bloco. Passei a pensar que me tinha preparado para aquele momento e que as coisas iam correr bem. Portanto, agora encaro as coisas com felicidade, que é isso que o Rui nos diz”.

Quatro anos de natação: “Só comecei a nadar em 2021. Penso que tenho cerca de 34 recordes nacionais ao longo destes quatro anos, fui campeão regional e nacional várias vezes nas camadas de formação. Acho que não tenho muito bem a noção do que isto significa, mas trabalho para isso e vou continuar a trabalhar porque, no futuro, sonho com os Jogos Olímpicos, com os campeonatos do Mundo e da Europa. É um passinho de cada vez até chegar lá”.

História ao serviço da nação: “Vou participar no Mundial de Juniores ainda enquanto juvenil e, só por isso, vou fazer história porque sou o primeiro juvenil em Portugal a participar num Mundial de Juniores. Claro que vou estar ansioso nos momentos que vão anteceder esta prova, porque vou fazer história ao nadar os 50 metros costas e os 100 metros costas, e quero representar bem Portugal, a cidade de Guimarães e o Vitória. Vai ser um orgulho enorme para mim. Há muita pressão em cima das costas, como se costuma dizer, mas trabalhei para este momento, portanto, quero chegar à prova e desfrutar para conseguir nadar com confiança”.